Caloi lança campanha que enumera dificuldades dos ciclistas
Para a Caloi, o ato de pedalar uma bicicleta não representa apenas qualidade de vida. Na expressão do executivo Marcos Bandeira de Mello, vice-presidente de negócios da empresa, a contribuição à saúde dos praticantes do ciclismo é o empenho diário da marca para difundir sua imagem corporativa e percepção de marca. “Fumar um charuto, por assim dizer, pode significar qualidade de vida, mas não necessariamente saúde”, ilustrou Mello durante a apresentação da campanha “Esqueceu”, que enumera as dificuldades vividas por quem pedala nas grandes cidades. O VJ Edgar, da MTV, é o protagonista dos nove comerciais de 15 segundos desenvolvidos pela agência Toró. O formato é telejornalístico com abordagens como a do filme”Metrô” que quer saber porque não pode entrar com sua bicicleta no trem. Esse é o tom da ação que começa no próximo domingo (28) e se estende até o final de 2005.. “São situações absurdas”, resume Mello, revelando que está investindo R$ 3 milhões em publicidade, dos quais R$ 500 mil em merchandising e incentivo. “Apenas na novela ‘Começar de novo’ estamos investindo R$ 250 mil”, revelou Mello. O tom institucional da campanha, como explicou Robert “Alemão” Lautert, sócio e diretor da Toró, foi a solução para abordar problemas como a falta de segurança e ausência de locais apropriados para ciclistas. “O cliente poderia fazer uma campanha de vendas, no entanto, chama a atenção para o descaso do poder público com quem tem bicicleta”, disse Lautert. A consciência proposta embute uma guinada que a Caloi quer para a percepção do produto pelo consumidor. “Queremos que a bicicleta seja vista como um meio de transporte e não apenas de lazer. Esse é o desafio da indústria. Há um movimento, batizado de ‘Advogues’, que propõe um entendimento melhor do uso da bicicleta como meio de transporte. No Brasil, a frota de veículos para transporte é composta por 61% de bicicletas (40 milhões), 20% de carros (20 milhões) e 9% de motos (6 milhões). Temos que criar condições para o ciclista porque é um meio de integração fácil, mas faltam bicicletários nas estações rodoviárias, ferroviárias e do metrô, entre outro serviços. O retorno é saúde para o usuário, pois quem pedala está se exercitando com qualidade”, reformçou Mello. O Brasil tem cerca de 150 fabricantes que produzem 5 milhões de unidades de bicicletas por ano. A Caloi é líder com 22% de market share.
Paulo Macedo