Ação do Ministério da Saúde gera polêmica

 

Uma ação de comunicação lançada pelo departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde – sem aprovação da equipe técnica do Ministério – gerou polêmica e resultou na exoneração do diretor do departamento, Dirceu Greco. A ação, voltada para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, começou a ser veiculada nas redes sociais e tem como protagonistas prostitutas, que defendiam o uso da camisinha com frases como “Eu sou feliz sendo prostituta”, “O maior sonho é que a sociedade nos veja como cidadãs” ou ainda “Eu não posso ficar sem a camisinha, meu amor”.

O tema era “Sem vergonha de usar camisinha”, e segundo foi divulgado, tratava-se também de uma homenagem ao Dia Internacional das Prostitutas, que foi lembrado domingo (2). Os banners e vídeos foram produzidos em uma oficina para profissionais do sexo realizada entre os dias 11 e 14 de março de 2013, em João Pessoa. Participaram do evento representantes de organizações não governamentais (ONGs), associações e movimentos sociais que atuam com esse grupo de profissionais. A campanha também continha uma homenagem a Rosarina Sampaio, fundadora da Federação Nacional de Trabalhadoras do Sexo, que morreu no último dia 25 de março.

Após a divulgação da campanha, deputados da bancada evangélica dispararam ataques à presidente Dilma Rousseff e cobraram explicações do Ministério, acusando a campanha de fazer apologia à prostituição.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou que o Ministério tivesse avalizado a peça da campanha que dizia “Eu sou feliz sendo prostituta”, alegando que a pasta deve se limitar a divulgar mensagens de prevenção, deixando para movimentos e entidades quaisquer apologias do gênero.  Padilha enfatizou que, enquanto for Ministro da Saúde, essa mensagem não fará parte da campanha do ministério.

O diretor exonerado do departamento, Greco, defendeu que a mensagem tinha conteúdo de saúde, por trabalhar a redução do preconceito. Dois dias depois de retirar do ar a ação e demitir o responsável pela campanha, o Ministério da Saúde relançou as peças com alterações. No novo formato, que entrou no site do Ministério na quinta-feira(6), as peças tiveram o reforço da mensagem de prevenção e do uso do preservativo. A ação ganhou outro nome: “Prostituta que se cuida usa sempre camisinha” em vez de “Sem vergonha de usar camisinha”. O vídeo que acompanha as peças, com mulheres olhando para a câmera afirmando serem prostitutas, foi definitivamente retirado.

A ação permanecerá no ar nas redes sociais até o dia 2 de julho, quando será realizado um seminário sobre prostituição e prevenção às DST promovido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Também serão impressos cartazes e flyers para distribuição em entidades parceiras e envio às coordenações estaduais de DST/AIDS.

 

A ação circulará nas redes sociais até 2 de julho, quando acontecerá um seminário sobre prostituição e prevenção às DST, promovido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Além disso, serão impressos cartazes e flyers para distribuição em entidades parceiras e envio às coordenações estaduais de DST/Aids.