Campanha quer mudar portaria para doação de sangue
Os bancos de sangue precisam sempre realizar campanhas publicitárias para arrecadar doações, uma vez que os estoques estão sempre com as prateleiras vazias. Nos dias de hoje, sobretudo, com os exames cada vez mais sofisticados, como o teste de Ácido Nucléico (NAT), o tempo da “janela imunológica” (tempo entre a contaminação e a identificação do vírus pelo teste) diminuiu para cerca de 10 dias, ou seja, neste tempo a ciência consegue descobrir se o sangue é saudável ou não para o receptor.
Porém, o Ministério da Saúde, por meio da portaria 2712, restringe homens que poderiam ser potenciais doadores, apenas por que tiveram relações com outros homens no período de um ano, mesmo que estas pessoas tenham feito sexo de forma segura com o seu parceiro.
Olhando para essa causa, a ONG Bandeiras Brancas, movimento que cria ações de comunicação em prol da paz, lançou uma campanha na qual busca retirar este parágrafo considerado preconceituoso da Portaria do Ministério da Saúde e criminalizar os hemocentros que não aceitem o sangue de homossexuais que sempre mantiveram relações seguras.
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No entanto, para este projeto virar Lei Nacional, a ideia precisa receber 20 mil assinaturas para ser encaminhada à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde receberá um parecer do Senado. Para apoiar a campanha o usuário deve acessar o site da campanha www.ministeriosempreconceito.com.br.
Para que a campanha alcance o resultado esperado, foi criado um vídeo.
“Para o Ministério da Saúde o que deve importar é como essas pessoas se protegem nas relações sexuais, e este deve ser o principal argumento a ser feito nas entrevistas antes de qualquer doação”, afirma Brunno Barbosa, idealizador da ONG Bandeiras Brancas. “Não interessa saber se a pessoa pratica sexo com pessoas do mesmo ou sexo diferente, temos que considerar comportamentos de risco e não generalizar o grupo”, completa.
O Brasil desperdiça cerca 18 milhões de litros de sangue ao ano por preconceito. Em 2014, apenas 1,8% da população brasileira doou 3,7 milhões de bolsas. O ideal da ONU é que 3 a 5% da população de um país seja doadora.