Campanha #soupublicitaRIO mexe com a autoestima

Um desabafo do produtor Antonio Carlos Aciolly no Facebook deu início a uma conversa sobre a criação de um movimento para fortalecer a publicidade no Rio de Janeiro. Logo a hashtag “SoupublicitaRIO” já estava circulando e acompanhando as fotos de alguns profissionais como Ricardo Real (Script), criador da logomarca, Al Handam (fotógrafo), André Pedroso (Momentum São Paulo) e Gustavo Bastos (11:21). A partir daí, alguns nomes do mercado aderiram ao que parece ser o embrião de uma campanha pela propaganda carioca, que realizou a sua primeira reunião no último dia 15, na sede do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio de Janeiro. 

“Pegar ponte-aérea toda a semana para São Paulo não é fácil. Acordei, domingo, revoltado com essa situação e vendo que o mercado do Rio vai mal e ninguém faz nada. E, para minha surpresa, vários colegas foram respondendo ao meu post. Continuei perguntando: “o que vocês vão fazer? O que nós podemos fazer?”, questionou Acciolly, que acredita ser preciso aproveitar as Olimpíadas no Rio e tirar proveito. “A princípio pode sair disso uma campanha multiplataforma apoiada por entidades como Sinapro, Fenapro e CCRJ”, acrescentou.

André Pedroso, que deixou o Rio e hoje trabalha na Momentum, em São Paulo, afirma que um movimento pode ser ótimo, mas depende de metas claras. “Precisa envolver clientes e entidades e não ficar apenas como uma reclamação de uma pequena fatia dos profissionais”, alertou.

Gustavo Bastos, sócio e diretor de criação da 11:21, afirma que não é à toa que o movimento começou e decolou rapidamente nas redes sociais.

“Somos um dos mercados mais criativos do Brasil e do mundo. Esse movimento chegou na hora certa e do jeito certo. Tenho certeza de que vai longe. Acho incrível justamente pelas reações orgânicas, por dizer a coisa certa na hora certa e mexer com as pessoas de maneira positiva, ou seja, pensar grande, ter orgulho de nossa profissão e do nosso mercado. Ser do Rio é ser de todo o Brasil e do mundo, ainda mais neste momento”, explicou.

Bastos acrescenta: “O movimento surgiu a partir da provocação do Accioly sobre a apatia que tem tomado conta do mercado carioca – e de todos os mercados – por conta da crise. Mas temos a oportunidade de atrair atenções para o mercado com as Olimpíadas chegando. Rapidamente a provocação virou discussão, que virou movimento. Não há uma liderança, mas a participação de vários profissionais do mercado, cada um fazendo sua parte”.

Eduardo Moncalvo, presidente do Sinapro, fala que abrir espaço para o primeiro encontro do grupo – a princípio com 30 profissionais – foi só o começo. Real, sócio e diretor de criação da Script, que junto com a hashtag sugeriu mais uma, #contraaconcorrenciapredatoria, afirma que o movimento ainda é “uma página em branco”, mas é uma provocação e um recado pragmático. “Resta saber se todos querem compartilhar das mesmas premissas. Há chance de dar certo só se for verdadeiro e colaborativo. Se for para viés ufanista, acho que é mais do mesmo”, concluiu.