Campanhas multitelas, como a da OLX, ampliam alcance da TV
Duncan Southgate, diretor de marca digital da Millward Brown
Na semana passada, Duncan Southgate, diretor de marca digital global da Millward Brown Vermeer, esteve no Brasil para falar sobre os potenciais e as armadilhas das campanhas multimeios.
O executivo apresentou um estudo sobre o tema em São Paulo e no Rio de Janeiro, durante evento da ABA (leia mais nesta página). Além do panorama deste mercado no mundo e na América Latina, ele apontou dicas de como as marcas podem potencializar os resultados de suas campanhas com o uso de diferentes dispositivos, sobretudo os digitais.
Entre vários pontos, a pesquisa da Millward Brown revela que a TV segue sendo o meio de maior alcance, tanto globalmente (68%) quanto na América Latina (63%). Por outro lado, o alcance do meio digital na América Latina já é maior do que mundialmente. Para se ter uma ideia, os displays online na região têm 38% de alcance, contra 27% global. Já os vídeos online representam 31% de alcance regionalmente, contra 23% globalmente.
O estudo mostra, ainda, que o YouTube é uma das plataformas que, em sinergia com a TV, ajudam a ampliar o alcance das campanhas: 61% das pessoas pesquisadas assistem somente à televisão, 5% somente ao Youtube e 16% estão nos dois meios, ou seja, são impactadas duas vezes.
“Todos canais podem fazer tudo. Mas o aprendizado geral é que a TV continua sendo o principal canal, devido ao seu grande alcance e à eficiência na construção de marcas. Por outro lado, há algumas questões em relação à televisão, como segmentação, métricas e geralmente os gastos são mais altos e não tão eficientes quanto o que é investido em outras mídias. Quando olhamos para outras mídias, especialmente as digitais, a contribuição de suas métricas para as marcas é maior e com menos investimento”, pontua Southgate.
Brasil
Para ampliar a exatidão da importância do crossmedia, a Milward Brown deu início a um outro estudo, que será concluído no próximo mês, envolvendo 42 países e mais de 12 mil pessoas, entre 16 e 45 anos, usuárias de multitelas. De antemão, já se sabe que no Brasil os vídeos são assistidos por 4 horas diariamente e já representam a metade do tempo gasto em múltiplas telas no país. Além disso, estima-se que quase a metade desse tempo de visualização de vídeos venha de dispositivos digitais, entre eles laptops (16%), tablets (7%) e smartphones (24%).
De acordo com Southgate, as marcas precisam aproveitar este momento para conversar com o público onde ele está: em diferentes dispositivos. Para isso, no entanto, é preciso estar atento aos formatos e ter sucesso criativo nesses canais.
Entre as dicas do especialista, estabelecer relevância, ser engraçado de acordo com o perfil da marca e pensar no visual como algo atraente são pontos importantes. Outras características que podem ajudar na produção de conteúdo para vídeos online é não depender de áudio, ser diferente, não ser muito longo, deixar as marcas em evidência de forma clara e construir fluidez entre uma plataforma e outra, entre outros pontos.
Ao citar as marcas brasileiras que já entenderam o conceito de vídeos para televisão e associações digitais, o executivo fala da OLX e o conceito “Desapega”, presente nos filmes para TV e digital do Vovô e da Grávida que cantam e dançam o rap tema da campanha, assinada pela Ogilvy e lançada neste ano.
“Quando você faz digital associado à TV, você tem a melhor combinação. As campanhas que conseguem essa sinergia têm mais potencial, não somente na América Latina, mas globalmente falando”, ressalta o executivo. “As campanhas integradas são um desafio. Mesmo para as companhias que já fazem algo associado, ainda é um desafio”, observa.