Campus Party Brasil começa com reflexão sobre o futuro

Mais que o tema da Campus Party Brasil 2016, maior experiência de tecnologia do mundo que começa na noite desta terça-feira (26), em São Paulo, “Feel the Future” é um projeto que lança um olhar para o futuro e busca lançar soluções e reflexões para viver em uma nova era. O futuro ao qual se refere o encontro, aliás, é bem próximo ao visto em produções que ao longo da história retrataram, em filmes e desenhos, a sociedade futurística. Segundo Paco Ragageles, co-fundador e CEO da Campus Party, em 40 anos, por exemplo, “a humanidade vai viver uma revolução que nunca se viu” e “não existirá mais emprego”.

Se um mundo dominado por robôs e soluções que substituirão o trabalho humano é previsto, nada mais justo que começar a preparar as pessoas para tanto.  “Tudo poderá ser feito por máquinas, por tecnologia, inclusive a criatividade. Como será o futuro quando não tivermos mais emprego? Essa é a missão do ‘Feel the Future’ e da Campus Party”, ressaltou Ragageles, mencionando estudos da Universidade de Oxford que preveem tal cenário, durante coletiva de imprensa que antecedeu a abertura dos portões para os campuseiros, na manhã desta terça.

Segundo Ragageles, desde o começo da Campus Party, há 19 anos, na Espanha, o evento tem como missão reunir pessoas apaixonadas por tecnologia, contudo, não tinha, até agora “total clareza de seu propósito”.

Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party Brasil, reforçou a missão do tema “Feel the Future” de forma mais otimista. “40% dos empregos serão dizimados e estamos preparando a sociedade para esse novo panorama”, disse.

Neste ano, Francesco Farrugia, presidente do Instituto Campus Party, lamentou em carta aberta a falta de incentivo da Lei Rounet para a realização do evento. O Ministério da Cultura justificou o corte por considerar o evento de tecnologia e não cultural. “Entender que cultura é só música erudita, música folclórica e livros, além de injusto, é ter uma visão conservadora da cultura. Os criadores de vídeo e arte digitais, designers, músicos digitais, criadores de jogos, blogueiros, modding, e tantos outros, são expressões de arte e cultura”, disse Farrugia no texto.

Novidade

Durante a coletiva de imprensa, também foi anunciada, para 2017, uma edição da Campus Party em Brasília, além de Recife, que já recebe o evento. Como foco para esta edição, e outras futuras, está o empreendedorismo – startups estarão reunidas no evento e haverá programação especial sobre o tema.

Para este ano, o encontro no Brasil, que está em sua nona edição, espera, em seis dias de evento, 120 mil visitantes, sendo 8 mil campuseiros. Com ingressos esgotados, a Campus Party oferece, até o domingo (31), mais de 700 horas de conteúdo, palestras e atividades, em praticamente 24 horas por dia, em três pavilhões do Anhembi.

Realizada desde 1997, a Campus Party reúne jovens geeks em um festival de inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e entretenimento digital. A partir de 2008, o evento passou a ser organizado também no Brasil, Inglaterra, Alemanha, Colômbia, México Equador e El Salvador.