Marcello Serpa participa da segunda edição do Lions Live 2020 (Reprodução)

Seja simples e imprevisível. Esse é o conselho que um dos nomes mais importantes da propaganda brasileira, Marcello Serpa, deixou para os profissionais da comunicação na manhã desta segunda-feira (19) durante a segunda edição do Lions Live 2020, evento online promovido pelo Cannes Lions, que vai até a próxima sexta-feira (23).

“Enxergar o óbvio, muitas vezes, significa surpreender as pessoas”, disse Serpa, durante a apresentação intitulada “Why It’s so Complicated to Keep it Simple”. “Não procure por um lugar e sim por pessoas que te inspirem e que tenham algo a ensinar”, orienta o publicitário, que atuou por mais de 30 anos na propaganda brasileira. Há cinco anos, Serpa decidiu deixar a propaganda e se mudou com a família para o Havaí (EUA). Lá, vem se dedicando às suas duas paixões: o surfe e a pintura. 

Para aqueles que já ocupam cargos de chefia, Serpa sugere contratar pessoas diferentes, que tenham energia e não precisem ser puxadas e sim freadas. “E não aceite trabalhar com pessoas que não sejam tão competentes quanto você”, acrescenta.

No trabalho com o cliente, é fundamental saber o que dizer e ter a consciência sobre a relevância da mensagem. “O produto tem que ser o herói”, frisa Serpa. Mas um dos campeões de premiações do Cannes Lions lembra ainda que, hoje, a marca deve ter propósito. “É preciso abraçar as novas ideias vindas da sociedade moderna para ganhar um papel relevante na vida das pessoas”, destaca ele.

Serpa, que foi sócio, presidente e diretor de criação da AlmapBBDO, alerta que as marcas devem assumir o compromisso de manter uma postura autêntica e verdadeira. “A mídia, o jornalismo, a propaganda, vivem um momento estranho e mais perigoso, cercados de fake news e, a todo momento, sendo questionados. As marcas precisam estar o mais próximo possível da verdade”, analisa.

Para fechar a sua participação no Lions Live, Serpa recomendou aos profissionais da indústria da comunicação que atuem de forma ética e relevante. “Vocês podem mudar o mundo”, conclui.