Cannes Lions exige declaração sobre uso de IA nas peças para orientar júri
Campanha mantém tema da construção da publicidade que integra a economia criativa, que deve chegar a US$ 480 bilhões até 2027
Começa na próxima semana a caça aos Leões. A maior premiação da publicidade global organizada pela Ascential, listada na Bolsa de Valores de Londres, é o headquarter, por assim dizer, da criatividade para a interação das marcas com consumidores em canais que muitas vezes chegam a surpreender. O festival chega à sua edição número 71 com faturamento que pode alcançar US$ 100 milhões. Ou mais. O chairman do evento, Philip Thomas, e o CEO Simon Cook concederam entrevistas ao propmark, falando sobre novidades e insights deste ano.
“Introduzimos uma isenção de responsabilidade de IA no processo de inscrição. É uma nova pergunta obrigatória que pede aos participantes que revelem se usaram IA no seu trabalho e, em caso afirmativo, como isto serve para ajudar o júri a julgar o trabalho de forma justa, com o panorama completo”, enfatizam os executivos.
O charme da Croisett, avenida que abriga o Palais des Festivals de Cannes, fica até ofuscado com as atividades proporcionadas pelo Cannes Lions. Muitas festas contam com a turma do gargarejo nas calçadas, que se contenta apenas com a audição dos shows e a queima de fogos que marca o encerramento do festival. Além da agenda interna, apenas para credenciados, marcas agendam encontros dos seus times de marketing; para a semana do evento, as produtoras exibem seus reels para atrair projetos. Organizadores apostam na força do mercado de luxo.
Perspectivas
Philip Thomas: “Estamos aproveitando o festival do ano passado para trazer inovações que ofereçam variedade de novas iniciativas e proporcionem um equilíbrio de oportunidades para todos participarem em 2024. Isso inclui o Lions Creators Pass, projetado especialmente para a economia criativa. É um Start-Up Pass que oferece a pequenas empresas e indivíduos a oportunidade de acessar o festival. Continuamos a apostar na criatividade. Além disso, com a análise de 2023, vimos que o fluxo de impacto criativo é o mais valioso para os participantes e seus negócios (84% disseram que o considerariam muito ou extremamente valioso no futuro). A agenda de 2024 se baseará nisso e continuará a fornecer argumento comercial para a criatividade, garantindo que a comunidade global saia com as ferramentas e evidências necessárias para conectar os departamentos de criação e marketing às salas dos CEOs.”
Simon Cook: “Introduzimos o ERA Pass como parte dos nossos esforços contínuos para tornar o festival mais acessível e representativo. ERA significa equidade, representação e acessibilidade. Esta é uma nova iniciativa que dá prioridade ao apoio às comunidades sub-representadas e desfavorecidas para participarem no festival – trata-se de promover a equidade e aumentar a acessibilidade para que todos na comunidade criativa global tenham a oportunidade de participar e se beneficiar das possibilidades de promoção do progresso que o Cannes Lions traz, tanto em nível pessoal como empresarial. Fornecemos mais de 1 milhão de euros em passes gratuitos e eles foram para alguns indivíduos e organizações incríveis de todo o mundo. Sabemos que quanto mais experiências vividas, perspectivas e vozes pudermos trazer para o festival, mais a nossa comunidade e indústria poderão crescer e progredir.”
Alinhamento
Simon Cook: “Identificamos as áreas que são mais lembradas pela indústria e comunidade e as usamos para criar cinco fluxos de conteúdo que serão executados durante todo o festival. Assim, analisaremos: insights e tendências, e os desafios estratégicos, os comportamentos dos consumidores, as mudanças culturais e o pensamento criativo que impulsionam o avanço da indústria; Innovation Unwrapped, fornecendo o guia para os pioneiros, tecnologias e transformações que já moldam o amanhã; a Caixa de Ferramentas de Criatividade, que analisa o artesanato, os processos e as técnicas para ajudá-lo a alcançar a excelência criativa; Talento e Culturas, que trata das pessoas e práticas por trás das organizações criativas que prosperam; e Creative Impact, que é o guia definitivo para provar a eficácia da criatividade.”
Leia a matéria completa na edição de 10 de junho do propmark