GP de Pharma tem trabalho de produtoras brasileiras

Inteligência artificial possibilita aos pacientes da doença de Parkinson treinar expressões faciais utilizando terapia de exercícios diários

“Scrolling therapy”, da Dentsu Creative de Buenos Aires (Argentina), Chicago e Nova York (EUA), ganhou o Grand Prix da categoria Pharma Lions. O trabalho foi produzido pela curitibana The Youth com pós-produção das conterrâneas Canja Audio Culture e Colossal.

A ideia premiada traz uma ferramenta digital baseada em inteligência artificial que possibilita aos pacientes da doença de Parkinson treinar expressões faciais utilizando terapia de exercícios diários.

Os dados que embasam a campanha mostram que 89% dos pacientes têm dificuldade de reproduzir expressões faciais. Exercícios diários com a duração de 45 minutos podem retardar esses sintomas, mas apenas 3% dos pacientes aderem a esse hábito.

A categoria premiou cases reconhecidos pela coragem em promover conversas a respeito de temas complexos. "O vencedor de Grand Prix une ciência, emoção e criatividade para ajudar a mudar a realidade dos pacientes", ressalta Joshua Prince, CEO global de professional group da Omnicom Health Group, que presidiu o júri de Pharma Lions.

Com 354 inscrições em 2023 e 298 em 2022, a categoria contou com apenas dois trabalhos submetidos pelo Brasil. No total, foram 13 premiados neste ano. O vencedor do Grand Prix de 2022 foi a campanha ‘I will always be me’, da VMLY&R New York (EUA) para a Dell Technologies & Intel.

“Temos produtoras de som com CNPJ ‘brazuca'” e alcance global. Se somassem só os Leões das produtoras de áudio brasileira, seria um dos ‘países’ mais premiados em todas as edições”, comenta Lucas Sfair, fundador e diretor criativo da produtora de som paranaense Canja Audio Culture, que além de participar da pós-produção do case vencer de Grand Prix é jurado de Radio & Audio Lions.

Joshua Prince, CEO global de professional group da Omnicom Health Group, presidiu o julgamento de Pharma (Alê Oliveira)

Balanço
O Brasil inscreveu 2.037 peças na 70ª edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, aumento de 5,5% em relação aos 1.930 trabalhos submetidos no ano passado. Apesar da predominância de agências, as inscrições realizadas diretamente pelas marcas avançaram 18%. Na comparação de 2021 com 2022, o crescimento havia sido de 31%. Em 2021, foram submetidos 1.472 cases julgados à distância à época devido à pandemia da Covid-19.

No resultado global de 2023, foram 26.992 inscrições de 86 países, alta de 6% ante 2022, quando o evento totalizou 25.464 inscrições de 87 nacionalidades. Em 2021, foram 29.074 peças de 90 nações. A queda havia sido de 12% na comparação de 2021 com 2022.

O Brasil se mantém como o terceiro país com mais inscrições no festival, atrás dos Estados Unidos (7.303) e Reino Unidos (2.201).