Jurada do Cannes Lions 2023 defende potencial do impresso para acionar ideia multicanal

Print tem papel de prestígio e consumidor bem fiel

Luciana Cardoso, executive creative director da Crispin, Porter & Bogusky (CPB), estreia no júri do festival de Cannes 2023 na categoria Print & Publishing Lions. Manter a criatividade de um meio tão tradicional em um mercado cada vez mais guiado pelas mídias digitais é o desafio enfrentado com trabalhos pertinentes dentro de estratégias multicanais. “O que mais me chama a atenção são aqueles cujo print é um ponto relevante para dar vida à ideia”, ressalta Luciana, que celebra a participação mais numerosa de juradas representando o Brasil. São 16 mulheres e 11 homens. “É uma vitória pessoal e coletiva, o que deixa tudo ainda mais prazeroso”, declara ela. O evento será realizado na França entre os dias 19 e 23 de junho.

Luciana Cardoso: “Extrapolar a própria mídia trazendo um jeito novo de olhar pra ela” (Divulgação)

Evolução
O que me encanta hoje, certamente, é diferente do que me encantava alguns anos atrás. Mas, sem dúvida, essa é uma categoria que tem sabido evoluir num momento com tantos canais e formatos como hoje. Além de criativo e zero óbvio, premissa básica em Cannes, extrapolar a própria mídia trazendo um jeito novo de olhar pra ela é um ponto superpositivo.

Meio perene
Embora o mercado tenha aberto outras frentes potentes ao longo dos anos por meio do digital, a comunicação por meio do print tem um papel de prestígio e um público consumidor bem fiel, dá pra explorar muito a criatividade e fugir do óbvio. Hoje, a maioria das grandes ideias não acontece em um único ponto de contato. Os trabalhos têm o desafio de ser relevantes dentro dessa multicanalidade. Os que mais me chamam a atenção são aqueles cujo print é um ponto relevante para dar vida à ideia.

Presença inédita
É a primeira vez que participo como jurada do Cannes Lions. Já fiz parte de outros júris importantes, mas esse é, sem dúvida, o mais desafiador. Estou feliz e ansiosa, primeiro porque é um reconhecimento incrível depois de tanto tempo de trabalho duro, e segundo porque dá uma ansiedade enorme para começar a viver todo o processo, ver os melhores trabalhos de todo o mundo, e estar com pessoas que, com certeza, vão agregar com seus diferentes olhares. Além disso, neste ano, pela primeira vez, o número de mulheres juradas representando o Brasil será maior que de homens, então, é uma vitória pessoal e coletiva, o que deixa tudo ainda mais prazeroso.

Leia a íntegra da entrevista na edição impressa do propmark de 29 de maio