Cariocas se dividem em posições contra e a favor dos Jogos

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Arena Carioca 1, construída para os Jogos, será um centro de treinamento após o evento

O prefeito Eduardo Paes, de fato, fez história ao tirar do papel inúmeros projetos de intervenção urbana no Rio de Janeiro que ficaram arquivados por décadas, com a intenção não só de preparar a cidade para receber os primeiros jogos olímpicos da América do Sul, mas também torná-la melhor para se viver. Desde que tudo isso começou muito aconteceu. Percalços que não estavam diretamente ligados às obras olímpicas, como o desmoronamento de uma ciclovia com vítimas, a crise econômica do estado, a violência na cidade, a Zika e inúmeros outros fatores chegaram a deixar as pessoas com dúvidas a respeito da concreta realização dos jogos.

O carioca se dividiu. Nas redes sociais, uns pessimistas, outros otimistas, numa espécie de cabo de guerra no qual parece ser preciso ser contra ou a favor. Otimistas ou não, com as Forças Armadas nas ruas, as Olimpíadas estão aí, e tudo caminha para dar certo.

Com forte participação da iniciativa privada e o foco no legado dos jogos, Paes garante que fez muito mais do que foi acordado no Dossiê da Candidatura. Ele afirma que nunca se realizou uma olimpíada com tantos recursos privados, que grande parte dos equipamentos esportivos da Vila Olímpica não recebeu um centavo de recursos públicos. O prefeito também afirma que os jogos serão muito mais transformadores do que para lugares como Londres, por exemplo, que já era uma cidade “pronta”.

“O Rio conquistou o direito de sediar os jogos justamente por seus problemas. O Comitê Olímpico Internacional demonstrou muita sensibilidade ao perceber que, escolhendo pela primeira vez uma cidade da América do Sul, as Olimpíadas poderiam significar um impulso para transformar uma metrópole da região”, afirma Paes.

Segundo ele, com os BRTs e o metrô até a Barra, a utilização do transporte público de alta capacidade saltará de 18%, em 2009, para 63%, em 2016. Toda a Zona Portuária revitalizada, com a criação de museus, hotéis, moradias, o sistema de controle de enchentes na região da Grande Tijuca e o Viaduto do Joá duplicado são alguns exemplos de obras prometidas há décadas que só foram possíveis tirar do papel por causa dos Jogos Olímpicos.

Em meio a seis milhões de pessoas que continuaram levando suas rotinas todos os dias, 33 instalações foram tomando corpo em quatro Zonas Olímpicas: Maracanã, Deodoro, Copacabana e Barra.

A cidade inteira entrou em obras e foi papel da Empresa Olímpica coordenar todos os projetos olímpicos na prefeitura junto a todas as secretarias envolvidas. “O projeto olímpico trouxe para o presente projetos que seriam feitos no futuro. Será que a pacificação teria sido feita ou o projeto de metrô até a Barra? Talvez em 2030. Foi muito bom antecipar isso”, observa o presidente da Empresa Olímpica, Joaquim Monteiro.

O que falta de mais fundamental, agora, é a inauguração da conexão entre a Zona Sul e a Barra via metrô, que Monteiro garante que estará pronta até o início das Olimpíadas. Não deu para despoluir a Baía de Guanabara, é fato – obra do Governo do Estado, que encontra-se falido. “Todos os projetos de responsabilidade da prefeitura foram entregues ao Comitê Rio 2016. Estamos muito orgulhosos por alcançar o objetivo de entregar projetos olímpicos de excelência, com menor uso de recursos públicos e sem deixar elefantes brancos”, comemora Monteiro.