Primeiro escândalo de grandes proporções na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o caso que envolve Waldomiro Diniz, ex-presidente da Loterj (Loterias do Estado do Rio de Janeiro), afastado na semana passada do posto de sub-chefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil da Presidência da República, por negociar propinas e recursos para financiar campanhas políticas, respinga na publicidade. Há suspeitas de que durante o período no qual ocupou a presidência da estatal de loterias fluminense, durante o governo de Benedita da Silva, Waldomiro teria desviado parte do budget para ações de comunicação em benefício próprio. Waldomiro foi flagrado detalhando os valores que quer receber em vídeo gravado durante conversa com o o empresário ou contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A conta da Loterj, estimada em R$ 8 milhões, era administrada na época pela Giovanni, FCB, que mantém o negócio na sua carteira de clientes até hoje. Motivo de investigação das Polícias Federal e Judiciária, o caso pode merecer uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). O Ministro José Dirceu, da Casa Civil, teve que comentar o caso na reabertura dos trabalhos legislativos de 2004 do Congresso Nacional, ontem (16), em Brasília. “Com relação aos fatos que levaram à exoneração…, quero declarar que os fatos denunciados aconteceram em 2002, antes do atual governo… Não foi apontada nenhuma irregularidade durante o atual governo…”, justificou o ministro Dirceu.

Paulo Macedo