CES 2021 discute os limites da inteligência artificial
Não é de hoje que o homem tenta dar vida às máquinas. Nos anos de 1960, essa intenção já era demonstrada em animações como “Os Jetsons”, e na série de ficção científica “Perdidos no Espaço”, que em 2018 ganhou um remake produzido pela Netflix. O próprio termo inteligência artificial foi criado por John McCarthy em 1956.
Da empregada robô Rosie dos Jetsons ao robô alienígena da família Robinson – que a cada dia aprende sobre as atitudes humanas com o garoto Will – a realidade trouxe o robô Asimo da Honda em 2012 e, mais recentemente, os aspiradores de pó robóticos, a nova febre na limpeza doméstica. Não à toa, a Samsung dá uma mão na faxina com o lançamento dos robôs aspiradores JetBot 90 AI+, que devem chegar ao mercado norte-americano no primeiro semestre de 2021.
Com navegação baseada em inteligência artificial e equipado com sensores similares aos que são usados em carros autônomos, o produto consegue perceber a distância e a sua localização no ambiente para se movimentar e reconhecer objetos sem causar colisões. E o seu dono ainda pode controlá-lo a distância conectando-o ao seu smartphone por meio do aplicativo Samsung SmartThings. Os robôs care e handy são vistos como uma das mais fortes tendências nos próximos anos.
Mas a mesma ficção que aventa o convívio com os robôs também introduz os dilemas intrínsecos à inteligência artificial, como em “Eu, robô”, que tem o robô Sonny como o principal suspeito da morte do Dr. Miles.
Os limites da tecnologia foram discutidos no segundo dia da CES 2021, realizada a distância entre os dias 11 e 14 de janeiro. O programa desta terça-feira (12) começou com uma palestra intitulada “The Power of AI”. O encontro mediado por Jeremy Kaplan, editor do Digital Trends, contou com as presenças de Bridget Karlin, global managing director da IBM, Eric Cornelius, chief product architect da BlackBerry, e Kevin Guo, CEO da Hive.
“A inteligência artificial não veio para substituir os humanos”, crava Bridget Karlin, global managing director da IBM. Ela lembra do Watson, que usa a linguagem humana e a inteligência artificial para transformar dados em prováveis reações humanas. Essa plataforma da IBM exemplifica a capacidade de se criar algoritmos que já evoluem para o deep learning, abrindo, inclusive, um novo universo de aplicações para a indústria da comunicação.
Mas é preciso entender as limitações da tecnologia, pois os aprendizados são específicos, as máquinas não sabem reagir a situações adversas, não têm consciência e ainda não se sabe o motivo pelo qual tomam decisões diferentes a partir de algoritmos iguais.
Respeitar esse estágio de desenvolvimento ajudará o homem a usar a tecnologia em seu favor, trazendo uma importante inspiração para o futuro. “Ainda precisaremos de décadas para consolidar uma tecnologia que ajudará as pessoas, do entretenimento à medicina”, frisa kevin Guo.
Bridget ressalta que “hoje, todo negócio precisa ser inteligente e a inteligência artificial ajuda nesse caminho”. Mas é na interação com o homem que poder estar o verdadeiro propósito da tecnologia, na medida em que os algoritmos conseguirem dar vida a projetos capazes de ajudar a diminuir a poluição nos oceanos e minimizar os efeitos das mudanças climáticas. “Dados e inteligência artificial estarão ao nosso lado para enfrentarmos os desafios da humanidade”, indica Bridget.
Giro
Nesta segunda-feira (11), a TCL apresentou o protótipo de tela vestível TCL Wearable Display, um par de óculos cujas lentes são duas minitelas OLED com resolução Full HD (1080p), capaz de oferecer a mesma experiência de visualização de uma tela gigante de 140 polegadas a quatro metros de distância.
Outra novidade foram os fones sem fio MoveAudio S600, que devem estar à venda a partir de fevereiro, por US$ 180. Vem com cancelamento de ruído, modo transparência e autonomia de oito horas.
A empresa chinesa ainda trouxe o TCL MoveTrack Pet Tracker, um rastreador de animais de estimação. O dispositivo emite alerta quando o pet se distancia da área especificada. Tem autonomia de 14 dias e custará US$ 120, com vendas previstas para o próximo mês.
Já a invenção da Ampere vem do chuveiro. A caixa de som Bluetooth Shower Power tira energia da própria água corrente para funcionar. Para instalar, basta destacar o bocal do chuveiro e rosqueá-lo ao alto-falante. O dispositivo já está em pré-venda por US$ 80 e a expectativa é que seja entregue em maio.
Premiação
A CES reúne mais de mil exibidores de todo o mundo, que vem apresentando inovações nas áreas de AI, 5G, saúde, cidades inteligentes, carros, entre outros.
Os fones de ouvido e áudio pessoal Galaxy Buds + BTS Edition, os dispositivos móveis e acessórios Galaxy Note 20 Ultra 5G e o Galaxy Note 20 5G, da Samsung, os dispositivos para o lar P-Next 3 Insta View Door-in-Door com reconhecimento de voz da LG, os componentes para computadores AMD Ryzen 5000 Series Desktop Processors e Spatial Reality Display, da Sony, já estão entre os destaques do CES Innovation Awards 2021.
Ao longo do evento, os melhores produtos serão premiados em 28 categorias. De acordo com a Consumer Technology Association (CTA), organizadora do evento, foram realizadas mais de 1,2 mil inscrições neste ano.