Chalfon: “É muito difícil escrever regras”
Daniel Chalfon, sócio e vice-presidente de mídia da Loducca, assumiu neste mês a presidência do Grupo de Mídia de São Paulo para o biênio de 2014 a 2016 e está cheio de planos para lidar com os desafios da entidade e do mercado, que ainda enfrenta as mudanças que a internet trouxe para a publicidade, como a cultura de dados, que exige um perfil de profissional ainda mais dinâmico. Uma das ideias é atrair a nova geração para mais perto do Grupo de Mídia.
“Uma campanha no meio digital permite uma interação constante com o público e não acaba, o que traz uma dinâmica muito diferente para o negócio de mídia, para o profissional e para o tipo de recurso que é preciso. Essa mudança – que não é tão recente, mas tem se consolidado nos últimos anos –, tem provocado novas atitudes também para os meios tradicionais. A internet é uma mídia que provê muitos dados e tem criado uma cultura de dados no mercado com inteligência”, avalia Chalfon.
Segundo o executivo, a entidade abrange a maioria dos profissionais de mídia das grandes agências de São Paulo, mas o desafio é aumentar a atuação deles. “A questão é que, dentro das diretorias e comissões, obviamente há um número limitado de participantes, mas é importante criar condições para que essa nova geração fique mais perto do grupo em posições que sejam atuantes e não apenas participantes. Hoje a gente atende eles muito bem na parte de cursos, mas quero transformar uma legião de profissionais bem mais atuante. É um desafio até logístico”, conta.
Sobre o perfil do novo profissional, Chalfon lembra que é exigido dele uma grande quantidade de conhecimento, como matemática financeira e também gestão de equipe. “Queremos intensificar o suporte a esses temas que a gente já dava, mas tem sido muito forte o crescimento da demanda de cursos em áreas que não são apenas técnicas de mídia, mas que afetam e orbitam a vida do profissional de mídia”.
Para o executivo, é fundamental que o gestor de mídia se reinvente, busque pela informação qualificada e esteja antenado ao que está acontecendo no Brasil e no mundo. “Outra coisa que o profissional de mídia precisa fazer é diversificar o conhecimento, tem que ser bom em cuidar de time, ser um negociador melhor do que sempre foi. Tem que avançar ainda mais em uma série de tarefas e acho que ao mesmo tempo estar aberto para se reinventar constantemente. A gente vive uma era em que as coisas não estão mais escritas na pedra”, reforça.
O novo presidente da entidade reforça que a tecnologia mudou completamente a mídia hoje e que nem sabemos o que vai acontecer daqui a três anos, por exemplo, daí a importância de manter a cabeça aberta. “Hoje realmente as coisas estão muito dinâmicas e é muito difícil escrever regras”, pontua.
O Grupo de Mídia, como lembra o Chalfon, promove o conhecimento, a cultura e a técnica de mídia para os profissionais. E, nesse sentido, o presidente diz que o objetivo é direcionar todos os esforços para aquilo que for a realidade contemporânea da mídia. “Por exemplo, nesses últimos dois anos o mobiliário urbano voltou para São Paulo e o Grupo precisa apoiar melhor essa iniciativa, junto aos players. Não é uma questão desse meio especificamente, é ser contemporâneo e mover os desafios nesse sentido”, exemplifica Chalfon.
Continuidade
Outro aspecto importante para Chalfon é dar continuidade ao trabalho de renovação e alto nível da gestão que ficaram como legado de Luiz Fernando Vieira, sócio e VP de mídia da Africa, que estava no comando do Grupo de Mídia desde 2010. “O principal desafio é manter o nível alto, porque estou recebendo a gestão em um nível muito bom. O Luiz começou um trabalho de renovação das pessoas que compõem o dia a dia do grupo, nas diretorias, comissões, e isso não pode acabar. O segundo grande desafio dentro desse processo de renovação é trazer uma visibilidade maior para as novas gerações”, diz o novo presidente.