Cinco tendências para 2020

Não sei você, mas nesta época do ano eu já estico meus olhos para o ano seguinte, procurando enxergar tendências e oportunidades. Até porque é também o momento que finalizamos planejamento para o ano seguinte.

Então, como sempre tenho feito neste espaço, divido com os leitores o que acho de mais interessante nas minhas buscas.

Hoje, compartilho com você o que recebi do Trend Watching (trendwatching.com), que é, sem dúvida, uma das melhores plataformas de trend searching que conheço. Na sua versão gratuita, eles compartilharam cinco tendências. Vamos a elas.

1 – Green Pressure (Pressão Verde)

Em 2020, consumidores passarão da condição de eco-status para eco-shame. O que temos visto ultimamente é um número cada vez maior de pessoas optando por produtos “verdes” por status, com um ar superior pela sua adesão ao esforço por um mundo mais sustentável.

O que se prevê agora é uma pressão maior, provocando vergonha naqueles que não optam por marcas e produtos alinhados à questão da sustentabilidade. Já não é uma questão de status, mas um olhar crítico para quem não aderir ao movimento. Um belo exemplo é a KLM pedindo aos seus consumidores que voem com responsabilidade e pensem duas vezes antes de comprar uma passagem aérea. Como forma de mitigar a emissão exagerada de CO2.

2 – Brand Avatars (Avatares de Marcas)

Com a inteligência artificial se tornando cada vez mais acessível, espera-se que mais marcas criem seus avatares, no sentido de gerar mecanismos de maior interação com seus consumidores. Além das nossas já conhecidas Siri, Assistant ou Alexa, espera-se cada vez mais Magalus (Magazine Luiza) e outros avatares, que vão acabar se popularizando ainda mais que as próprias marcas.

3 – Metamorphic Design (Design Metamórfico)


É a personalização e a customização levadas a um novo patamar. São laboratórios oferecendo vitaminas de acordo com sua necessidade do momento, expressa em exames de saliva ou de sangue, feitos trimestre a trimestre. Ou seja, produtos que são capazes de se adequar à metamorfose humana. Um bom exemplo é o da empresa japonesa de produtos de beleza Shiseido, que criou a linha Optune. Os clientes assinam um serviço que garante o fornecimento de cremes especiais para sua pele, de acordo com o estado, umidade e outros fatores. Basta você enviar uma selfie diária para eles analisarem e formularem o produto ideal.

4 – The Burnout (O Burnout/Esgotamento)

Burnout significa o estresse levado a um nível quase insuportável. É um mal dos nossos tempos, com pessoas submetidas a pressões de todos os lados. Do lado “pessoa física”, é preciso receber mais likes, ter mais seguidores. No lado profissional, é preciso também estar update ao que há de mais moderno, é preciso conhecer as ferramentas mais modernas, sob o risco de ficar para trás. Isso faz com que cada vez mais empresas e marcas se mostrem mais sensíveis, oferecendo momentos de relax para seus funcionários ou produtos que aliviem o estresse. É o caso da Microsoft do Japão, que está testando uma semana de quatro dias de trabalho. Os primeiros resultados já comprovam uma produtividade maior.

5 – Civil Media (Mídia Cívica)

É pensar no termo civil de forma ampla, de privilegiar relações com mais significado. Menos futilidade e mais relevância! Esse é o resumo dessa tendência. Um bom exemplo é a startup americana Quilt, que ajuda mulheres profissionais a se encontrarem para discutir temas de seu interesse. Outro exemplo na mesma linha é a rede social inglesa The Night Feed, que conecta mulheres que estão amamentando à noite para trocar experiências e conhecer os melhores produtos para quem amamenta. Bem, nosso espaço limitado só permite este resumo. Recomendo fortemente que acesse https://trendwatching.com/quarterly/2019-11/5-trends-2020/ e veja o estudo completo.

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) (alexis@fenapro.org.br)