Classes C, D e E dão valor ao bom atendimento
O consumidor de baixa renda adora experimentar, é exigente, valoriza o bom atendimento, sabe comparar juros e está mais consciente de seus direitos, de acordo com Allan Barros, presidente da Fala!. “O popular não precisa ser feio. Esse consumidor reconhece quando há o cuidado com ele”, disse.
Barros abriu o ciclo de palestras da segunda conferência Estratégias de negócios para o mercado de baixa renda, realizada pelo IQPC, de 16 a 18 de fevereiro, em São Paulo (SP). O evento reúne profissionais do marketing para discutir a importância do brasileiro que recebe até R$ 2.700 e que representa 85% da população do País.
Barros apresentou cases em que sua agência trabalhou e falou da importância de usar diferentes mídias para atrair as classes C, D e E. “62% das pessoas com acesso à internet são de baixa renda. 25% desse público ficam mais de dez horas por semana conectados”, falou Barros.
A segunda palestra do primeiro dia de conferência, “Marketing para a baixa renda – uma perspectiva global com enfoque na China”, foi ministrada pela presidente da Top Trend International, Helena Wong. “Temos de ver esse consumidor primeiro como ser humano e, depois, como baixa renda. Temos de pensar que temos todos os mesmos sonhos, as mesmas emoções”, disse. Para Helena, são quatro os pontos fundamentais para atender a esse público: entendê-lo e conectar-se a ele, desenvolver produtos adequados, criar a marca e comunicar-se de maneira adequada, e ter uma boa distribuição.
Entre os cases apresentados pela presidente da Top Trend International está o do creme dental Crest, da P&G, lançado recentemente na China, onde 57% da popualação rural não escova os dentes com pasta. “Quando o P&G entrou na China, eles contrataram 10 mil estudantes para pesquisar os hábitos dos chineses”, falou.
O gerente de marketing da Editora Alto Astral, Silvino Brasolotto Jr., apresentou o case da revista Malu, que é voltada à mulher de baixa renda. A publicação é a segunda mais vendida em sua categoria, com cerca de 118 mil exemplares por semana. “Esse público é muito fiel, mas também é dinâmico. Toda semana tem de ter uma novidade para manter o padrão de venda”, contou.
O diretor-geral da Amway, André Raduan, contou como a marca, que era voltada ao público AB, foi reposicionada no mercado para se adequar às aspirações do público de baixa renda. “Havia uma desconexão. O produto era para a classe A, mas quem se interessa por venda direta no Brasil é a classe C”, falou. A solução encontrada pela marca foi entrar na mídia, desenvolver novos produtos e diversificar os pontos de relacionamento com o consumidor.
por Cristiane Marsola