Coco Chanel
Se um dia alguém conseguiu construir uma marca de inquestionável e reconhecido valor, não é, definitivamente, e em tempos de crise, por maior que seja, que tem de buscar sua sobrevivência mediante descontos no preço. Ou, como se diz na linguagem chula e vulgar, “abaixando as calças”.
É nessa hora que comprova-se se, verdadeiramente, é uma marca forte e de qualidade, e se tem gestores à altura de todas as suas conquistas. Semanas atrás a redação do Finacial Times de Paris produziu importante matéria sobre uma das marcas mais emblemáticas dentre todas do território do fashion, a Chanel.
Ainda uma empresa familiar e controlada pelos Wertheimer, divulgou seus resultados referentes a 2019, o primeiro ano sem o comando de seu legendário estilista Karl Lagerfeld. A empresa fundada pela genial Coco Chanel, na cidade de Paris, no ano de 1910, registrou receitas de quase US$ 13 bilhões, com um crescimento próximo dos 15% e um lucro de US$ 3,5 bilhões.
Ao comentar os resultados com a imprensa, Philippe Blondiaux, diretor-financeiro da grife, dentre outras declarações, disse:
A – “Não pretendemos sair desembestados vendendo nossos produtos – roupas, bolsas, relógios – pela internet, ainda que alguns de nossos principais concorrentes, como Gucci e Vuitton, tenham mergulhado de cabeça. Só vendemos alguns de nossos produtos de beleza ou no chanel.com, ou no t-mall da China e exclusivamente…”.
B – “Continuamos convencidos de que as relações pessoais entre o consultor de moda e o cliente continuarão como o ponto central da experiência em artigos de luxo…”.
C – “Jamais concederemos descontos de preço. Ajustamos as encomendas aos nossos fornecedores e não teremos problemas. Descontos e liquidações não fazem e jamais farão parte da filosofia de Chanel…”. É isso, amigos. A importância essencial de se ter, sempre, uma política de preços consistente.
Mesmo tendo partido no dia 10 de janeiro de 1971, os fundamentos da marca, criados por Gabrielle Bonheur Chanel, permanecem vivos e inabaláveis. Em seu legado e pensamento, Coco Chanel ensinou que…
1 – “Um homem será o que quiser ser, mas jamais deixará de ser o acessório da mulher”.
2 – “A melhor cor do mundo é a que fica bem em você”.
3 – “As melhores coisas da vida são de graça. As segundas melhores custam uma fortuna”.
4 – “Esquece esse negócio de que moda é passageira. Não conheço ninguém que jogue roupa fora só porque aproxima-se a primavera”.
5 – “A escolha é sua. Você pode ser bonita aos 30, charmosa aos 40 e deslumbrante e irresistível pelo resto da vida. Ou não”.
6 – “Se a moda não chega às ruas é qualquer outra coisa menos moda”.
7 – “Se vista sempre como se fosse ao encontro de seu pior inimigo”.
8 – “Luxo não é o antônimo de pobreza. Luxo é o antônimo de vulgaridade”.
9 – “A verdadeira elegância ocorre quando o interior é tão bonito quanto o exterior”.
10 – “A moda passa. O estilo, jamais”.
Ela, Coco Chanel, eterna referência. Sua última citação, ou lição, talvez seja a mais importante em todos os processos de branding: a importância definitiva de estilo e da personalidade. A verdadeira essência de todas as marcas de excepcional qualidade.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)
Exemplo? Chanel.