Com aquecimento do mercado em contéudo, Bold se reposiciona
A grande demanda das marcas por produção de conteúdo está aquecendo o mercado de comunicação novamente. A tendência voltou com tudo.
A estratégia por trás disso também tem a ver com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor em agosto de 2020, e vai mudar a coleta de dados pessoais na internet. De olho nisso e já sentindo o aquecimento da procura dos clientes pelo serviço, Gabriela Hunnicutt, fundadora e CEO da Bold, está reposicionando a empresa e retomando a sua essência em conteúdo.
“A Lei Geral de Proteção de Dados vai mudar o mercado todo, porque as empresas não vão mais poder comprar dados, vão ter de coletar os próprios dados, então necessariamente elas vão precisar ter suas plataformas digitais. E como você convence uma pessoa a fornecer dados? Você tem de dar alguma coisa em troca, e, no caso, é conteúdo. Conteúdo vai virar uma ferramenta de coleta de dados”, pontua Gabriela.
A publicitária está reposicionando a Bold, fundada em 2008 para ser uma empresa de criação de conteúdo para marcas, em quatro unidades de negócios: Bold Digital, Bold Conteúdo, Extrabold (produção audiovisual) e Bold Influenciadores.
“A gente está agora fazendo um reposicionamento. Lá atrás fomos a primeira empresa de conteúdo digital para as marcas, só que na época o mercado não estava preparado para grandes investimentos nisso. Então os nossos primeiros clientes foram as agências e começamos assim, enquanto a agência fazia um site, por exemplo, nós desenvolvíamos o conteúdo para o projeto. O mercado foi amadurecendo, começamos a pegar clientes diretos, que queriam que a gente fizesse tudo: mídia, planejamento etc. Acabou que a Bold virou uma agência digital, com planejamento, CRM, e todas as áreas, além de produção com estúdio onde a gente produz tudo internamente. E agora, com esse aquecimento do mercado em conteúdo, resolvemos dividir a Bold em quatro pilares”, ressalta Gabriela, que conta com os sócios Marcelo Namura, Daniele Marques e Rodolfo Campitelli.
“Somos uma empresa de comunicação digital que atua em todos os pilares necessários com quatro frentes de atuação independentes”, reforça Gabriela, que trabalhou 15 anos como redatora publicitária e passou por grandes agências, como FCB, Y&R e JWT, em Lisboa, e Leo Burnett, em Miami, até se tornar diretora de criação, em 2005, na AgênciaClick, onde enxergou a demanda das marcas por conteúdo, e foi uma das precursoras desse mercado. Segundo a executiva, a empresa vai bem, embora crescendo menos. “Não vou reclamar, a gente está crescendo. Antes crescíamos, 30%, 20%, e agora 10%, 15%. O digital está com mais possibilidade de crescer não porque os clientes estão aumentando a verba de marketing, mas porque o budget está migrando para o digital. Percebo uma inversão aos poucos de porcentagem”.
Gabriela conta que a Bold tem participado de concorrências e feito orçamento de plataforma de conteúdo para várias grandes empresas. “Elas sabem que até o ano que vem têm de colocar no ar”.
A publicitária ressalta que conteúdo é serviço, e não propaganda. De acordo com ela, o objetivo de conteúdo de marca não é vender o produto. “Tanto que estamos contratando jornalistas e não publicitários para criar conteúdo”, destaca.