Com cortes na propaganda federal, Rede Globo perde R$ 206,3 milhões
Durante 2015, a Rede Globo e outras cinco emissoras de TV aberta do Grupo Globo das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Recife, receberam R$ 396,5 milhões em publicidade estatal federal. Em comparação a 2014, o valor representou uma queda de 34%, R$ 206,3 milhões a menos do que o total de R$ 602,8 milhões recebidos.
Esses dados foram divulgados pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação. O governo de Dilma Rousseff cortou R$ 591,5 milhões de propaganda federal em 2015. Isso significa que a fatia da Globo representou 34,9% dessa redução.
A participação da Rede Globo vem diminuindo nos últimos anos. No primeiro ano do governo Lula, a TV Globo correspondia a 59% do total gasto com TVs abertas. Em 2015, a fatia baixou para 32%.
O repasse de recursos diminuiu também para outras cinco principais TVs abertas. O valor total pago as cinco empresas foi de R$ 875,4 milhões, com queda de 28,5% na comparação com 2014.
Depois da Globo, o Grupo Silvio Santo foi o que mais perdeu dinheiro de publicidade estatal federal em 2015, recebendo R$ 115,4 milhões. A Record caiu de R$ 281,1 milhões em 2014 para R$ 242,9 milhões em 2015. A Band teve R$ 86 milhões de propaganda no último ano, com R$ 42 milhões a menos do que 2014. A Rede TV, por sua vez, ficou com R$ 34,3 milhões, queda de 6 milhões.
Os jornais impressos somaram R$ 89 milhões (55,8 milhões a menos do que em 2014). Desse total, R$ 46,4 milhões (52,1%) foram destinados a quatro publicações: O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico.
Apesar da queda, a versão digital desses títulos cresceu em 2015. A Folha de S. Paulo faturou R$ 5,5 milhões, quase o dobro de 2014 (R$ 2,3 milhões). O Globo levou R$ 3,7 milhões (R$ 2,6 milhões em 2014) e o Estado de São Paulo faturou R$ 3,4 milhões (504 mil a mais que em 2014). O Valor Econômico foi o que mais ganhou. Sua verba saltou de R$ 307,8 mil em 2014 para R$ 1,1 milhão em 2015.
As revistas sofreram redução no faturamento das verbas publicitárias federais. As receitas desceram de R$ 116 milhões, em 2014, para R$ 66 milhões, representando queda de 43%.
A Veja viu seu faturamento cair de R$ 21,2 milhões (2014) para R$ 4,6 milhões (2015). Diante da queda, a IstoÉ teve maior arrecadação, no valor de R$ 4,854 milhões.
A Internet, por sua vez, é o segundo meio que mais recebe. O valor destinado cresceu em 2015, somando R$ 233,9 milhões (12,2% a mais do que em 2014). Os grandes portais e veículos digitais ficaram com a maior parte das verbas. O MSN recebeu R$ 16,7 milhões em 2015; o UOL ficou com R$ 15,3 milhões; G1 arrecadou R$ 14 milhões; e R7 recebeu R$ 5,7 milhões.
Com informações do UOL