Com criação de brasileiros, case sobre refugiados ganha 18 Leões

Por assim dizer, os refugiados da publicidade brasileira fizeram bonito no Cannes Lions 2017. Além dos 99 Leões conquistados na 64ª edição do Festival Internacional de Criatividade e do 2º lugar da AlmapBBDO na pontuação geral do evento, os profissionais brasileiros em atividade em agências do exterior comprovaram que a publicidade brasileira tem espaço em outros mercados. A David, de Miami, fundada e liderada por Anselmo Ramos, ganhou dois Grand Prix e 23 Leões. Foi simplesmente a 3ª agência mais premiada com Leões do festival, atrás apenas da ClemengerBBDO, de Merlbourne, que teve 56 Leões; e da BETC/Paris, que somou 29 Lions. E à frente da AlmapBBDO, McCann New York e da inglesa adam&eveDDB, todas com 22 Leões.

Divulgação

Time da Ogilvy, de Nova York, da Asteroide Filmes e da SquarePixel Filmes, responsáveis pela realização do projeto The Refugee Nation com a Canja Audio e Culture e a Pimenta Print; ação foi gravada na abertura das Olimpíadas do Rio em 2016

CCO da DDB de Nova York, Ícaro Doria lidera a ficha técnica do trabalho Dream para o Wildlife Conservation Film Festival, premiado com Leão de prata na área Film Lions com animação assinada pelo Zombie Studio. Renato Fernandez, CCO da TBWAChiat Day, de Los Angeles, fez bonito com Gatorade. Rafael Rizuto e Eduardo Marques, diretores-executivos de criação da 180, de Los Angeles, conquistaram dois Grand Prix com o case Booster your voice, feito para a operadora de telecomunicação Booster. Já Miguel Bemfica, CCO da MRM McCann, de Madri, ganhou o GP da área Entertainment Lions com Beyond Money, para o Banco Santander.

O trabalho The refugee nation teve envolvimento de 28 brasileiros e conquistou 18 Leões: o Grand Prix for Good, um Titanium, sete ouros, quatro pratas e cinco bronzes. A Ogilvy Nova York, responsável pelo projeto da Anistia Internacional, tem sete profissionais do Brasil: os diretores de criação Rodrigo Moran, Caro Rebello e Artur Lipori; o diretor de design Lucas Camargo; e os diretores de arte Eduardo Lunardi, Arthur Amiune e Renato Tagliari. Além dos profissionais das produtoras brasileiras Asteroide Filmes, do sócio e diretor Guilherme Pau y Biglia e do diretor-executivo Diogo Ruiz; Square Pixel Filmes, dos sócios Raphael Dias (diretor de cena), Gabriel Nogueira (produtor-executivo), Aramis Barros (diretor de fotografia) e Daniel Lins (diretor- -executivo); da Canja Audio e Culture e da Pimenta Print.

“É o resultado incrível de um projeto que contou com muita colaboração de toda a equipe em torno de uma causa que merece total atenção e envolvimento. Essa sinergia, iniciada pelos criativos da agência, passou pra todas as pessoas envolvidas e nos inspirou, assim como a questão dos refugiados”, disse Raphael Dias, sócio e diretor de cena da Square Pixel Filmes. “O case nasceu de maneira natural. Percebemos que não apenas os atletas, mas todos os refugiados do mundo, tinham algo em comum: a ausência de símbolos que os representassem com um povo. A bandeira e o hino cumprem esse papel e por isso a ideia chegou tão longe”, acrescentou Guilherme Pau y Biglia, sócio e diretor de cena da Asteroide.

A entrada dos atletas refugiados no estádio do Maracanã durante a abertura da Rio de 2016 foi emocionante. Uma nação simbólica formada por atletas nascidos em países da África, Oriente Médio e Ásia, mas representando a Anistia Internacional, com anuência do Comitê Olímpico Internacional e usando bandeira alaranjarada, a cor dos coletes salva-vidas.

“A equipe fará o mundo ficar mais consciente da causa do refúgio, mostrando que todos podem contribuir para a sociedade”, disse Thomas Bach, presidente do COI durante a cerimônia de apresentação dessa equipe de refugiados no Rio de Janeiro. A paixão pelo esporte supera os determinismos geográficos e a intolerência.