Com internet, custo de pesquisa caiu no Brasil, diz Abep

O presidente da Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), Duilio Novaes, que assumiu em abril deste ano, afirma que a pesquisa está cada vez mais valorizada, mas que o custo ainda é um empecilho para as pequenas e médias empresas. Porém, ele diz que com a internet o custo das pesquisas vem caindo e tornando a coleta de informações muito mais fácil.

“A vantagem das coletas digitais é que elas facilitam o trabalho do pesquisador e também melhoram a qualidade da informação, alcançando um público A, que antes era mais difícil de pegar nas ruas. Temos um associado cuja meta é trabalhar só com tablet. Além disso, com esse tipo de coleta, o custo está mais acessível e trazendo novos players que antes não compravam pesquisas”, destaca Novaes.

Uma das bandeiras levantadas na gestão de Novaes à frente da Abep é disassociar a pesquisa eleitoral da pesquisa de mercado. “A pesquisa eleitoral atrapalha um pouco a imagem da pesquisa de mercado”, disse.

Ao mesmo tempo, a Abep está envolvida com a questão da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 57/2012, que proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais nos 15 dias que antecedem as eleições. A proposta estava em discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, mas os senadores tiraram a votação da pauta e vão fazer uma audiência pública, graças ao lobby realizado pela Abep em conjunto com outras entidades, como ANJ (Associação Nacional dos Jornais) e Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).

“Tivemos um grande sucesso em Brasília. Essa PEC é uma forma de cercear o direito de informação da população e favorecer partidos políticos”, falou Novaes.

Outro objetivo da Abep na atual gestão é regulamentar a profissão de pesquisador. “Também estamos batalhando em Brasília junto com a ASBPM (Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia) para a profissão ser regulamentada”, contou ele.

A Abep tem hoje 162 empresas associadas, sendo que as dez maiores representam 85% do mercado. Novaes diz que 2014 foi um ano díficil para as empresas de pesquisa de mercado. “Acho que 2015 vai ser duro também. O dinheiro está cada vez mais curto.”