Como a criatividade publicitária pode ganhar com o ChatGPT

Inteligência Artificial Generativa criada pela Open AI já recebeu aporte de US$ 10 bi da Microsoft e pode ajudar a reduzir custos das agências

Esse texto não foi escrito com a tecnologia ChatGPT. Mas poderia! Criada pela Open AI, a ferramenta está pronta para revolucionar o mundo da comunicação e, segundo especialistas, avançar para além das buscas pelo método SEO, Wikipedia etc.  Ela entrega prontinha as demandas sugeridas à essa Inteligência Artificial Generativa que promete ser o maior passo já dado desde a revolução industrial no século passado.

Esse robô consegue pensar, por assim dizer, como nunca foi visto antes nesse ecossistema tecnológico, com respostas em tempo real para qualquer tipo de pergunta. E de graça! Pode ser usado para perguntas e respostas, resumo de texto, tradução, classificação, geração de código etc. Algumas pessoas acreditam que pode substituir o Google. Será?

Em menos de um mês após seu lançamento, no fim de 2022, já recebeu investimento de US$ 10 bilhões da Microsoft. E também de fundos. Já há sinalização de  que o ChatGPT entre na fase 4 no segundo semestre deste ano.

Nas palavras de Alex Winetzki, CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, o ChatGPT tem a pretensão de imitar a inteligência humana, mas tem algo que os robôs não conseguem contemplar: a consciência. Segundo ele, o sistema não sabe o que está fazendo ainda que reproduza características humanas com eficiência.

Inteligência artificial recebeu aporte de US$ 10 bilhões da Microsoft (Jonathan Kemper/ Unsplash)

“A IA Generativa já dá mostras de como vai mudar o mundo. Ela avança sobre o território que sempre achamos que estava além da fronteira das máquinas: a criatividade humana. Dall-e, Stable Difusion, ChatGPT e outras muitas tecnologias que vieram à luz nos últimos meses de 2022 mostram que robôs agora sabem criar tão bem ou melhor que a maioria dos humanos”, pondera o executivo da Woopi, que prossegue.

“ChatGPT é apenas o enchedor de linguiça mais poderoso de todos os tempos. Ele não tem nenhum compromisso com a realidade, por duas razões. A primeira é que ele não entende a realidade. Isto é, ele não tem uma história pessoal, nenhuma sensação que o conecte ao mundo físico, autocrítica, freios morais ou comportamentais, relações pessoais, ética ou bom senso. O que ele faz, simplesmente, é buscar materiais já produzidos por alguém, em algum lugar, e os reempacotar de maneira esperta, baseados em parâmetros dados pelo usuário”, esclarece Winetzki.

“De fato, a lógica inicial da IA Generativa era buscar a próxima palavra que mais faria sentido numa frase, simplesmente isso. Um jogo de montar que cresceu com o poder computacional para bilhões de parâmetros (um parâmetro é um pequeno bloco de texto digerido na internet), deixando o resultado cada vez mais sofisticado. O desafio que se tem, portanto, é conseguir criar modelos eficientes de IA Generativa com menos parâmetro de treinamento, que permitam mais flexibilidade no uso da ferramenta. Isto posto – e essas são notas técnicas –, o potencial comercial e de disrupção social do que temos visto até agora é profundo”, disse Winetzki, enfatizando que o ChatGPT é um modelo de Deep Learning, mas que ainda é uma caixa-preta.

Os parâmetros da geração 1 do ChatGPT  somavam 117 milhões; na 2, já saltou para 1,2 bilhão; na 3, a expectativa é de 175 bilhões; e na 4, a previsão de Andrew Feldman, da Cerebras e sócio da Open AI, em entrevista à Wired, é que serão 100 trilhões de parâmetros. O fato é que o ChatGPT oferece múltiplas funcionalidades para o universo de negócios: pequenos, médios e graúdos, sobretudo o varejo (físico e digital).

E como a publicidade pode se beneficiar, ou não, desse recurso de IA Generativa? Como as agências devem entender o Chat- GPT? Quem responde é Daniel Martins, head de operações e transformação da Galeria.ag. “Absolutamente em todas as disciplinas que temos hoje é possível encontrar algum benefício. Já existem dezenas de ferramentas que têm potencial e curva de adoção excelentes e podem agregar desde atividades de adaptação e desdobramentos de conteúdo – imagem, texto, audiovisual –, até algumas que já oferecem algum benefício para atividades em estágios mais abstratos”, diagnostica Martins.

Ele lembra que há riscos para a publicidade: “Além da questão da privacidade das informações, que é sempre um tema crítico quando trabalhamos com o uso de dados – que são fundamentais para qualquer IA trabalhar –, temos também questões importantes relacionadas a vieses inconscientes dessas plataformas e ainda potenciais riscos de propriedade intelectual. Acho que o maior desafio ainda vai continuar sendo como iremos formar uma geração de talentos que saiba conectar o melhor da tecnologia com o potencial e a criatividade humana. Orquestrar isso tudo trará impactos para nosso negócio numa escala que ainda não vivenciamos”, avança Martins.

Leia a matéria completa na edição desta semana

(Crédito: Zac Wolff na Unsplash)