Como a Index foi além do PR e tornou-se um ecossistema de comunicação
A agência atende grandes nomes no mercado e trabalha com uma diversa cartela de segmentos
A Index Conectada, fundada há exatos 27 anos, se posiciona no mercado como uma culture agency, cujo foco é ser um ecossistema de comunicação. As sócias Taciana Veloso, Sussu Vidigal Ramos e Letícia Veloso explicam sobre a importância de se ouvir o mercado e acompanhar os movimentos da sociedade.
"A Index tem na sua essência o PR, com seu potencial de gerar conversas, engajamento e se conectar com pessoas, com essa visão nos desafiamos a criar estratégias que façam a diferença", disse Taciana.
Como foi essa virada de chave da Index passar de uma agência de PR, para um ecossistema de comunicação?
Taciana Veloso: A Index tem em seu DNA naturalmente o olhar para inovação, sempre buscamos nos antecipar às tendências para trazer as melhores soluções para nossos parceiros e clientes, aliando estratégia, criatividade e conexão. Acreditamos que para se comunicar bem é preciso saber ouvir. Ouvir o mercado e os movimentos da sociedade. A Index tem na sua essência o PR, com seu potencial de gerar conversas, engajamento e se conectar com pessoas, com essa visão nos desafiamos a criar estratégias que façam a diferença.
Quais são as áreas que a Index tem além do PR? Quando você fala em ecossistema de comunicação, está falando do que, na verdade?
Sussu Vidigal Ramos: São soluções integradas, que se complementam e potencializam os resultados e performance dos clientes. Atualmente são: estratégia de comunicação/RP, criação e planejamento estratégico, marketing de influência, gestão de talentos, produção executiva de eventos/experiências, projetos especiais, criação de conteúdo, shootings, campanhas e produção de moda.
Esse novo olhar de atuação se alinhou às mudanças de comportamento do mercado ao longo desses 28 anos, certo? O que vocês identificam como principais tendências da comunicação e relações públicas dos últimos cinco anos?
Letícia Veloso: Sim, esse olhar foi sendo desenvolvido nesses quase 28 anos, temos uma cultura muito forte de “fazer acontecer”, cultivada ao longo da nossa trajetória.
Taciana Veloso: A cocriação com influenciadores, a tecnologia como aliada, o uso de dados para estratégias e caminhos mais assertivos, a potência da diversidade e dos times plurais, o compromisso com o impacto socioambiental positivo, o surgimento e crescimento do TikTok e outras redes sociais, a relevância da reputação, da construção de personas de marca, que humanizam, dão alma para as marcas e geram muito mais conexão. A valorização das experiências imersivas criativas on e off-line e customização da comunicação e do produto. O lifestyle como protagonista, a conexão de marcas com movimentos culturais, gerando o sentimento de pertencimento, conexão e desejo.
Como vocês enxergam o momento da comunicação no Brasil? O mercado entendeu, de fato, o poder das relações públicas na construção de carreiras e legados?
Sussu Vidigal Ramos: Sim, a estratégia da área de PR, com consistência e levada à sério, a construção de posicionamento e reputação passaram a ser valorizadas e ter lugar de respeito e força, nas marcas e corporações, assim como no mercado publicitário. Em tempos em que estamos tão expostos, cuidar da imagem é vital.
Letícia Veloso: O PR tem esse poder de gerar conversas, transformar cultura influenciando novos comportamentos, têm um papel estratégico para deixar legado na construção de imagem de marcas e pessoas.
Quais são os desafios do PR especificamente?
Sussu Vidigal Ramos: Manter a consistência e continuidade para construir e entregar cases de sucesso em um momento em que há uma explosão de informação e conteúdo disponíveis, se destacando e mantendo-se relevante no mercado, criando narrativas interessantes, originais, conectadas com a cultura.
Letícia Veloso: Conectar todas as frentes considerando timing, conceito, investimento e impacto no contexto de sociedade no Brasil, realizando estratégias disruptivas, narrativas e experiências que geram valor e contribuam para posicionamento e reputação.
Taciana Veloso: É preciso ter sensibilidade de como, quando, de que maneira e onde comunicar estratégias e campanhas, em linha ao que acontece no mundo. É preciso tempo e constância para a construção de um posicionamento e reputação, mas basta uma atitude, descuido, post, uma frase ou um momento para gerar uma crise.
Ainda sobre o PR, quais são as dores desse mercado?
Sussu Vidigal Ramos: O mercado está em crescimento e evolução, conquistou mais relevância, mas ainda há muita diferença entre os modelos de escopo, performance e entrega entre as agências. É preciso saber que profissional ou empresa está te representando como marca e entender os diferenciais.
Taciana Veloso: Outra dor é entender as sensibilidades para não sabotar estratégias potentes com contextos ou timing errados. É preciso agir rápido e às vezes a estratégia é o oposto: o silêncio.
A Index conta com grandes clientes em seu portfólio, sendo a responsável pela construção de imagem desses players no mercado. O que define uma boa estratégia de comunicação?
Taciana Veloso: Comunicação integrada, criando narrativa com consistência, amplificação 360, com timing certo, com escuta ativa alinhada com espírito do tempo, trazendo relevância para a marca. Inovação, criatividade, dados + inteligência, sensibilidade humana, relacionamento/conexões e impacto positivo. Temos um time multidisciplinar experiente, qualificado, diverso e conectado com as inovações do mercado.
Como vocês manterão o legado da agência no mercado nos próximos anos? Quais são os investimentos e novidades que podemos esperar da atuação da Index?
Leticia Veloso: A Index tem consciência de sua responsabilidade com o impacto socioambiental positivo, sempre tivemos esse cuidado e olhar para comunicar causas sociais importantes e campanhas, mas em 2016 que refletimos com mais profundidade sobre o legado que a Index quer deixar para o mercado e implementamos uma agenda estruturada de impacto social e ambiental mais consistente e permanente. Criamos várias iniciativas, para citar algumas, o compromisso com a diversidade, equidade e inclusão.
A Index tem o ID_BR, consultoria liderada por Luana Genot, como parceiro para realizar workshops de letramento com nosso time e nos apoiar na implementação de políticas de diversidade, um conhecimento que levamos para as estratégias de todas as nossas frentes de atuação na agência, nossas ações de plantios de árvores nativas em regiões menos arborizadas em São Paulo, encontros que chamamos de #IndexConversa para debater temas relevantes da atualidade e mais recentemente, nos tornamos signatárias do Pacto Global da ONU.
Por mais que já realizássemos todas essas ações, queríamos dar um passo além e ter um negócio que trouxesse a sustentabilidade para o centro do que fazemos. Foi quando nosso caminho se cruzou com Marina Cançado, empreendedora e especialista em sustentabilidade e ESG há mais de 15 anos, e, desse encontro nasceu a ATO, uma nova empresa de comunicação, independente, parte do grupo Index em sociedade com Marina. A ATO é a materialização desse compromisso de forma genuína, uma consultoria de comunicação para sustentabilidade com o propósito de fomentar novas narrativas, comportamentos e soluções para uma jornada sustentável.
Quanto a agência cresceu nos últimos cinco anos? E quais são as expectativas para 2024?
Sussu Vidigal Ramos: Nos dois anos de pandemia 2020 e 2021, tivemos uma desaceleração no crescimento, estrategicamente focamos olhar pra dentro, criamos novos formatos para clientes, planejamos crescer no longo prazo. Foi um divisor de águas para inovar junto aos nossos clientes, fortalecendo nossas relações, e considerando 2022 e 2023, crescemos mais de 60%. Já para 2024, esperamos um crescimento de aproximadamente 50%.
Só nestes últimos meses conquistamos contas como Hering, Eudora, do Grupo Boticário, AZZAS 2154, Boca Rosa, Loewe, Camicado, Dengo Chocolates, Trussardi, Bar dos Arcos, Lu do Magalu, W Hotel, do Grupo Marriot, a atriz Isis Valverde e a influenciadora Malu Borges.