Como empresas do setor de óleo e gás estão se transformando para atingir a neutralidade de carbono

Texto: Matheus Noronha*, Luiz Otávio e Matheus Lima

O relatório da IEA – Agência Internacional de Energia, “Net Zero by 2050 – A Roadmap for the Global Energy Sector” apresenta um roteiro para a descarbonização do planeta, considerando cenários econômicos em que as fontes de energia renováveis são centrais para a discussão sobre a redução e neutralização da emissão de gases na atmosfera até 2050. A BNEF – Bloomberg New Energy Finance estima que para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 serão exigidos cerca de US$ 173 trilhões de dólares em investimento na transição energética.

Este movimento faz com que as empresas nacionais e estrangeiras repensem seus portfólios de ativos e suas estratégias para atrair capital e fomentar a mudança para o avanço da infraestrutura e economia via transição energética. Grandes organizações do setor de óleo e gás estão, em face dos cenários de descarbonização, se vendo obrigadas a atualizar os seus segmentos de atuação, reaproveitando as tecnológicas e apropriando-se de transbordamentos de conhecimentos de indústrias paralelas para desenvolver suas novas estratégias.

Essas empresas passaram a adotar novas estratégias e implementar tecnologias renováveis e limpas. Entre as inovações, estão a energia eólica onshore e offshore, solar fotovoltaica, hidrogênio verde e outras formas de neutralizar o carbono de ativos que geram energia via fontes fósseis.

Como empresas do setor de óleo e gás estão se transformando para atingir a neutralidade de carbono (Shutterctosk)

O relatório “Oil companies and the energy transition” da IRENA – Agência Internacional de Energia Renovável, observa essa reestruturação de portfólio em empresas tradicionais do setor de energia fóssil como: BP, Shell, Equinor, para a exploração de fontes renováveis, utilizando seus conhecimentos para avanço do setor.

Confira a seguir algumas estratégias implementadas por empresas do setor energético que visam fomentar a transição energética de baixo carbono:

  • Projetos de substituição de matriz energética nos Estados Unidos, em países da União Europeia e Coreia do Sul, focadas, principalmente, em vetores energéticos com menores impactos ambientais.
  • Alterações, com alvo de curto/médio prazo para redução ou total desinvestimento em projetos de infraestrutura energética que estejam vinculadas com matrizes relacionadas a gás e petróleo.
  • Investimentos em companhias de desenvolvimento tecnológico voltados para o emprego do Hidrogênio Verde como fonte energética.
  • Joint Venture entre companhias de produção de gás e petróleo para uma mobilização de alteração de infraestrutura com foco em matrizes com menor emissão da pegada de carbono.
  • Deadline de 30 anos para alteração completa (net-zero) para fontes renováveis com foco em parques eólicos offshore e utilização de soluções de via hidrogênio para substituição das atuais matrizes energéticas de combustíveis fósseis.

As presentes estratégias possibilitarão caminhos sustentáveis economicamente e com responsabilidade socioambiental para empresa, subsidiando oportunidades que balizarão o futuro da energia renovável e das tecnologias para neutralização de carbono.

*Matheus Noronha é professor do curso Estratégia e Inovação para Tecnologias Limpas – Potenciais na Transição Energética de Baixo Carbono, que faz parte do Dynamic ESPM, programa que dá liberdade ao estudante para definir cada etapa do seu desenvolvimento profissional.

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