Como o interesse por canetas emagrecedoras está movimentando a mídia

Farmacêuticas investem em comunicação, enquanto o debate público e as buscas digitais disparam. Mas responsabilidade é alerta

A busca por soluções para o controle de peso sempre foi um desafio. Em 2025, o movimento ganhou uma nova dimensão com a chegada das canetas emagrecedoras de fabricação nacional, medicamentos injetáveis da classe GLP-1 — análogos do peptídeo semelhante ao glucagon-1, usados no tratamento do diabetes tipo 2 e que também ajudam a emagrecer —, que passaram a ocupar espaço nas farmácias, no debate público e nas estratégias de comunicação da indústria farmacêutica.

O interesse pelo tema pode ser medido nas buscas do Google, que comprovam o interesse sobre esses produtos e uma mudança no comportamento do consumidor. Enquanto o mercado se estrutura, empresas como EMS e Cimed apresentam planos para conquistar território. Ao mesmo tempo, especialistas alertam para a responsabilidade na comunicação de medicamentos.

Tendência nas buscas
A internet evidencia a demanda crescente por informação sobre emagrecimento. Segundo o Google Trends, ‘como emagrecer?’ foi a pergunta mais buscada da categoria de saúde no Brasil em 2025, com dados até o dia 5 de agosto. Geralmente, as pesquisas crescem no início do ano e se intensificam em setembro e outubro, período que antecede o verão.

Com a chegada das canetas às farmácias em agosto, as buscas por ‘liraglutida’ — princípio ativo indicado originalmente para diabetes tipo 2 e obesidade, usado nas canetas — dispararam. A alta alcançou 1.100% em apenas uma semana.

As consultas sobre nomes de remédios para emagrecer já se aproximam do dobro daquelas feitas sobre dieta. Em 2025, ‘remédio para emagrecer’ lidera a lista, à frente de ‘dieta para emagrecer’. Até expressões como ‘caneta emagrecedora’ já ultrapassaram termos populares como ‘caneta azul’ nas buscas.

O case Serena Williams
O debate sobre comunicação ganhou a cena internacional quando a ex-tenista Serena Williams protagonizou uma campanha para o Mounjaro, medicamento promovido pela empresa de telemedicina Ro. No vídeo, ela aparece aplicando
o produto.

A ação foi exibida na televisão, meios digitais e na Times Square, nos Estados Unidos. A participação da ex-atleta, entretanto, gerou polêmica. Críticos apontaram pressão estética sobre corpos femininos e possíveis conflitos de interesse, já que Alexis Ohanian, marido de Serena, é investidor da Ro. Por outro lado, defensores alegaram que a campanha ajuda a tratar o tema como questão de saúde, sem estigmas.

O aprendizado da EMS
A EMS foi uma das pioneiras no lançamento das canetas no Brasil. Marcus Sanchez, vice-presidente da companhia, destaca que o processo trouxe aprendizados importantes. “O primeiro é compreender a magnitude desse mercado. Estamos falando de aproximadamente 60% da população adulta brasileira com sobrepeso ou obesidade, o que evidencia o potencial de impacto que essas terapias podem ter”, adverte.

Leia a matéria completa na edição do propmark de 22 de setembro de 2025