Como os e-commerces podem se proteger das fraudes durante a Black Friday?
A Black Friday é uma das datas mais esperadas do comércio, no Brasil e no mundo. É uma oportunidade muito boa para os consumidores, interessados em adquirir produtos com bastante desconto, como também para as lojas virtuais, que aproveitam a época para aumentar as vendas e conquistar novos clientes. Mas como os e-commerces podem alcançar todos esses benefícios sem serem afetados pela fraude on-line de cartão de crédito?
De acordo com a E-Bit, a Black Friday de 2015 atingiu um faturamento de R$ 1,6 bilhão e crescimento nominal de 38% em comparação com o ano anterior. Para 2016 as expectativas são igualmente positivas, desde que os lojistas tomem um certo cuidado para evitar a fraude – que, atualmente, corresponde a 3,8% dos pedidos feitos na internet brasileira. Por isso, “aprovar mais pedidos” não corresponde a “faturar mais”. Há alguns cuidados que devem ser tomados, especialmente nesta época do ano.
Primeiramente, é preciso ter atenção com o perfil conhecido como “testador de cartão”: é o criminoso que realiza diversas transações de baixo ticket médio em um curto espaço de tempo, apenas para saber se os cartões que ele possui em mãos permanecem válidos. Aqueles que estejam “quentes” são conservados para uso posterior, em compras de produtos de valor agregado e alto poder de revenda.
Outra dica muito importante para uma loja virtual é não confiar única e exclusivamente em informações cadastrais para garantir a legitimidade de um pedido. Diante de um cenário em que dados pessoais estão pulverizados pela internet e grandes vazamentos de dados são cada vez mais frequentes, é muito provável que os criminosos tenham todas as informações de que necessitam para aplicar um golpe – como nome completo, RG, CPF, data de nascimento, endereço etc. Por isso, a validação simples com a triangulação de dados não é garantia de que uma compra seja segura.
Uma questão que ainda é pouco levada em consideração pelas lojas virtuais é o comportamento de navegação e compra dos usuários (e dos fraudadores) no momento da compra de um produto pela internet.
O que parece mais suspeito no momento da aquisição de uma Smart TV 48” Full HD de R$ 2 mil: o cliente 1, que entra em seu site pela primeira vez e em menos de 3 minutos conclui uma compra, ou o cliente 2, que olha diversos modelos, compara preços e conclui a transação após 45 minutos de navegação?
Claro, o padrão do cliente 2 é menos suspeito. Mas você leva isso em consideração antes de aprovar ou recusar uma compra? Por este motivo, é imprescindível que seja analisado todo o processo de compra de todos os clientes que estão ativos na sua loja.
Por último, mas não menos importante, é vital que toda a empresa esteja engajada para este momento tão importante do ano. E sabe quem pode ter papel crucial no combate à fraude? As equipes de logística, distribuição e entrega. Eles podem ser o “controle de qualidade” do que você eventualmente deixou passar de fraude e barrar entregas suspeitas de, por exemplo, dois (ou mais) pedidos no mesmo endereço destinados a pessoas diferentes. Ou seja, vale a pena ter uma conversa com os times responsáveis – principalmente porque esse procedimento é muito mais barato do que o custo de um chargeback.
A Black Friday acaba sendo um chamariz para fraudadores. Não por conta das promoções tentadoras, mas porque é justamente nessa época em que as lojas têm mais pedidos para processar e acabam sendo menos rigorosas no momento da aprovação. Cabe ao e-commerce se proteger da melhor maneira, para que esta data tão aguardada não gere uma surpresa bastante desagradável, acompanhada do prejuízo de compras contestadas.
Tom Canabarro é co-fundador da Konduto, sistema antifraude inovador e inteligente para barrar fraudes na internet sem prejudicar a performance das lojas virtuais