O Conselho de Ética do Conar (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) decidiu, nesta quinta-feira (13), liberar os comerciais da Hope estrelados por Gisele Bündchen e criados pela Giovanni+Draftfcb. Os filmes haviam sido alvo de críticas do Governo Federal por supostamente desrespeitarem a condição feminina.
“O relator considerou que os comerciais estão apoiados em estereótipos comuns à sociedade brasileira e que são facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina. Com isso, a denúncia foi arquivada pelo conselho, por unanimidade”, afirmou Eduardo Correa, porta-voz do Conar. Cabe recurso da decisão.
A representação foi aberta a partir de denúncias formuladas junto à entidade por cerca de 40 consumidores, que se sentiram ofendidos com a forma como a mulher é retratada nas peças. Nos comerciais, veiculados desde 20 de setembro, Gisele mostra o jeito certo e o errado de dar notícias nada agradáveis ao namorado ou ao marido, como “bati o carro”, “estourei o limite do cartão de crédito” e “minha mãe vem morar com a gente”. O jeito correto, segundo Gisele, seria contar a “novidade” apenas usando uma lingerie.
Em resposta, a Hope emitiu um comunicado argumentando que “a propaganda teve o objetivo claro e bem definido de mostrar, de forma bem-humorada, que a sensualidade natural da mulher brasileira, reconhecida mundialmente, pode ser uma arma eficaz no momento de dar uma má notícia”. “Seria absurdo se nós, que vivemos da preferência das mulheres, tomássemos qualquer atitude que desvalorizasse nosso público consumidor. Os exemplos nunca tiveram a intenção de parecer sexistas, mas, sim, cotidianos de um casal”, acrescentou.
por Heloísa de Oliveira