Conar notifica Gillette por campanha que estimula depilação
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) informou ter notificado a Gillette sobre as denúncias feitas contra a campanha publicitária da marca que estimula a depilação masculina. A entidade decidiu por abrir o processo contra a Gillette, marca da Procter & Gamble, após ter recebido reclamações.
Até terça-feira (19), cerca de 15 queixas haviam sido enviadas ao Conar questionando o que chamavam de “conteúdo discriminatório da propaganda”. Segundo o Conselho, a empresa receberia a notificação entre a terça e a quarta. Em nota, porém, a Gillette informou que ainda não recebeu qualquer comunicado do órgão regulador.
No filme da campanha, elaborado pela Africa, a apresentadora Sabrina Sato e as gêmeas do nado sincronizado, Bia e Branca, afirmam que quem ainda não raspou o peito não está pronto para “se dar bem no Carnaval”. O trio, então, entra em contato para pedir ajuda ao cantor sul-coreano Psy, que confirma sua vinda ao Brasil. O tema da estratégia, aproveitando o hit “Gangnam Style” do astro asiático, é “Quero ver raspar!”. O teor da campanha motivou reclamações nas redes sociais. Vários usuários do Twitter e do Facebook manifestaram repúdio à ação, afirmando que se tratava de conteúdo discriminatório contra homens peludos.
Em sua nota, a Gillette informa que “oferece soluções para remoção de pelos e, por isso, é natural que o tema depilação masculina seja abordado em suas campanhas”. Ainda de acordo com o comunicado, na ação, “a marca tratou o tema de maneira irreverente, focando na preferência das mulheres por homens depilados e em momento algum teve a intenção de desrespeitar qualquer consumidor”.
Segundo o regulamento do Conar, a Gillette tem 10 dias para enviar sua defesa — contados a partir do dia em que receber a notificação. A assessoria de imprensa do órgão informou que o processo deve ser julgado no final de março ou no começo de abril. Até a decisão, a campanha pode circular sem restrições.