Conscientização mobiliza conversas sobre as eleições de 2022

Candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) erguem a bandeira das mulheres, maioria do eleitorado no pleito de 2022

No Dia Internacional da Democracia, em 15 de setembro, a Natura lançou a websérie Um voto por uma vida melhor com debate que teve a participação da advogada, professora universitária, apresentadora e comentarista política Gabriela Prioli; a diretora-executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), Mônica Sodré; a atriz e apresentadora do canal GNT, Luana Xavier; e a doutora em ciência política Graziella Testa.

Com quatro episódios, a produção, que fala sobre voto consciente, tem veiculação nas mídias oficiais da marca, no canal de treinamento do Instituto Natura e no Vimeo. O conteúdo leva em consideração pesquisas feitas com as consultoras Natura, além de dados coletados junto aos doutores em ciência política Graziella Test, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Humberto Dantas, pesquisador da instituição.

Acompanhado por cerca de 500 pessoas na sede do grupo em São Paulo e, ao vivo, pela internet, o encontro lançou campanha de educação política e exercício da cidadania para colaboradores, consultoras da Natura e representantes da Avon.

Debate da Natura realizado em 15 de setembro, Dia Internacional da Democracia (Divulgação)

Representação
Com 1,2 milhão de pessoas, a rede de consultoras da Natura representa cerca de 1,5% do eleitorado feminino brasileiro. Somadas às representantes da Avon, essa cadeia alcança dois milhões de pessoas no país, segundo a empresa.

Mulheres entre 35 e 44 anos, que correspondem a 33% do universo de consultoras da companhia, representam 60% dos votos em branco ou nulos, segundo dados do Ibope citados pela Natura. A taxa de abstenção no eleitorado feminino chegou a 20% nas últimas eleições.

Mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estima que esse percentual atinja 43,3% das eleitoras, o equivalente a cerca de 33 milhões de mulheres. A projeção é baseada em cálculos do TSE e estudos do Datafolha de 26 a 27 de outubro de 2018, considerando votos em branco, nulos e indecisos.

Mulher é maioria
As candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) erguem a bandeira das mulheres, maioria do eleitorado no pleito de 2022, aumentando a pressão por propostas capazes de atender às necessidades de quem assumiu a renda familiar e a criação dos filhos.

“Isso gera uma preocupação sobre temas sensíveis que rodeiam o universo feminino”, explica Denilde Oliveira Holzhacker, professora do curso de relações internacionais da ESPM. Segundo a especialista,  candidaturas não só para a Presidência como também para governos, Câmara e Senado reforçam as suas agendas com o objetivo de atrair o voto feminino.

Exemplo latente vem da participação da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula; e da primeira-dama Michelle Bolsonaro nas campanhas. “A mulher será decisiva nessa eleição. A visão dela difere do homem. A economia dá o tom porque ela enxerga a falta de comida na mesa, o filho desempregado e a insegurança”, acrescenta Gabriel Rossi, da ESPM.

Ação em Brasília cobra medidas dos candidatos para proteção da Amazônia (Raul Feelmaker/ Divulgação)

Embora propositiva, a campanha de Simone Tebet “é uma aposta para o futuro”, acredita Rossi. A explicação é sociológica. “Essa eleição é muito personalista, voltada a uma polarização. A conjuntura não capacita Simone a ser competitiva”, avalia Rossi.

Amazônia
A Natura entra no debate político também com o tema da preservação da Amazônia, luta iniciada pela marca com a linha Natura Ekos há mais de 20 anos. No Dia da Amazônia, em 5 de setembro, foi ao ar a campanha O poder está nas nossas mãos, que cobra das autoridades políticas e candidatos à Presidência da República medidas para a proteção da floresta.

Criada pela Africa, a ação projetou um contador de árvores derrubadas no telão do Conic, localizado no centro de Brasília, considerado o maior painel digital da América Latina com 1.060 metros quadrados.

As informações ganharam desdobramentos na plataforma PlenaMata, criada por Natura, além de Mapbiomas, Infoamazonia e Hacklab. Hoje, 40 comunidades com 8.155 famílias agroextrativistas ajudam a Natura a conservar dois milhões de hectares. Esse modelo já movimentou R$ 2,55 bilhões em volume de negócios na região a partir da descoberta de 41 bioativos da sociobiodiversidade adquiridos de 85 cadeias de fornecimento.

Jogada de paz
Outro que avançou no lance em defesa de Paz nas Eleições foi o ex-jogador Walter Casagrande Júnior, o Casão, colunista esportivo do UOL e do jornal Folha de S.Paulo. A ação endossada pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH) contra a violência política pede um “jogo limpo, justo, sem mentiras nem violência, em que se respeitam os adversários e as torcidas”, narra o vídeo da campanha.

“Entendemos que a sociedade civil deve se organizar para conscientizar a população sobre essas violências, e não aceitá-las ou reproduzi-las”, estimula Rogério Sottili, diretor-executivo do IVH.