Consenso

Nestes últimos dias, tem se avolumado o consenso político em torno do nome de Rodrigo Maia para suceder Temer, completando seu mandato.

Se isso apaziguar a nossa “laboriosa” classe política, produzindo um clima de tranquilidade neste ano e meio que nos separa do fim de 2018, que assim seja.

A verdade é que Temer não tem mais condições de prosseguir presidente da República. O golpe (isto sim foi golpe) que lhe foi desferido pelos irmãos Batista, pôs fim ao mandato-tampão, contestado pelas esquerdas desde o início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.

O emblemático Fora Temer, repetido milhares de vezes dentro e fora do Brasil, transformou-se em uma palavra de ordem de difícil revogação. Colaborou para isso, é bom que se diga, a impensável inabilidade de Temer ao receber no Jaburu, tarde da noite, um dos irmãos mafiosos, devidamente aparelhado para deixar o presidente da República em palpos de aranha.

Águas passadas não movem moinho. Em que pese a boa defesa do Dr. Mariz, brilhante advogado criminal de São Paulo, e o próprio texto de Temer publicado pela Folha em sua edição de 6/7 (3ª página), o Fora Temer já estava tatuado em sua testa desde aquela maldita noite da visita de Joesley.

Se Dilma pedalou e caiu fora, com todo o aparato de defesa da sua tropa de choque durante os intermináveis dias do seu julgamento, tudo indicava que Michel Temer, muito menos defendido do ponto de vista ideológico, seria presa fácil do troco urdido pelos derrotados no impeachment.

Ao ser divulgada, em primeira mão pela Globo, a gravação de trechos da conversa noturna entre Joesley e Temer, estava por fim decretado de forma irreversível o Fora Temer.

A partir daí, virou questão de dias sua saída do Planalto, ainda não ocorrida, mas muito próxima desse desenlace. Até porque, curiosamente, se a partir da divulgação do emblemático vídeo Temer passou a se enfraquecer de forma irreversível, agora, como lembra O Antagonista, os atuais bons índices da nossa economia o enfraquecem ainda mais.

Porque, ainda segundo essa fonte, “fica claro para o mercado – e para os políticos – que é supérfluo e até contraproducente manter Michel Temer na Presidência da República”. “Em vez de fortalecer”, conclui o site, “enfraquece o peemedebista”.

Todos temos de admitir o mais rapidamente possível essa realidade, facilitando assim a rápida saída de Temer da Presidência da República, sem o que o país não retornará à sua completa recuperação econômica, ainda que vivendo um frágil apaziguamento político.

E podem estar certos nossos leitores: a saída de Temer provocará a imediata decretação da prisão de Lula da Silva.

 

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Foi uma homenagem de arromba a promovida pela Abap Nacional, hoje presidida por Mario D’Andrea (Dentsu), ao sempre prestigiado Gilberto Leifert, que completou três décadas de TV Globo e a deixou, cumprindo normas da casa para postos de comando como o que com muito brilho exerceu.

Estiveram presentes no Parigi (ver cobertura nesta edição) grandes nomes do segmento de agências, unânimes nos seus comentários a respeito do homenageado, reconhecendo-o como um dos maiores defensores do mercado e da consequente valorização da atividade publicitária em nosso país.

Leifert foi saudado por Mario D’Andrea, agradecendo em seguida com um resumo da sua longa carreira profissional, lembrando com verve episódios curiosos da sua carreira na emissora e do seu entendimento sobre a importância do trabalho das agências.

Gilberto Leifert segue no mercado como presidente do Conar.

 

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Já confirmada a mudança da Africa para o prédio que o Google ocupa na Faria Lima (SP), que ocorrerá em fins de outubro, Nizan Guanaes prossegue exercitando sua valiosa colaboração ao desempenho da DM9, que em tempos imemoriais e ainda na Bahia e de propriedade de Duda Mendonça, foi a agência responsável por revelá-lo para a atividade publicitária.

Elogiado e criticado por lideranças do setor, Guanaes prefere agradecer aos primeiros e não responder aos demais, optando por ressaltar seus créditos empresariais em defesa não apenas do Grupo ABC, como também do próprio negócio da comunicação publicitária.

Em conversa com o editorialista, fez questão de destacar o desempenho da DM9 no Cannes Lions e ressaltou seu esforço para unir o corpo de jurados brasileiros do festival, em prol da valorização do nosso produto final inscrito nas diversas categorias do Cannes Lions, ele também jurado do Titanium.

Particularmente para o PROPMARK, a sua ação de maior importância em Cannes foi a defesa aberta que fez da imprensa do nosso país, pressionada pela organização do festival a não divulgar, antes das cerimônias de entrega dos prêmios, os resultados dos vencedores.

Também abertamente, na sala de imprensa, ele criticou a decisão mundial do Grupo Publicis, anunciando que em 2018 as suas agências espalhadas pelo planeta não participariam de nenhum festival publicitário.

 

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O Lide – Grupo de Líderes Empresariais, confirmou a realização do 8º Fórum de Marketing Empresarial, nos dias 18, 19 e 20 de agosto, no Hotel Sofitel Jequitimar Guarujá.

Dentre as diversas homenagens do Fórum a dirigentes do mercado, destaque para Dalton Pastore (ESPM), Eduardo Fischer (Grupo Total) e Hugo Rodrigues (Publicis Brasil), além de uma homenagem especial a Walter Longo, que comanda a Abril, pelo seu desempenho à frente do tradicional grupo editorial.

 

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Este Editorial é uma homenagem a Mario D’Andrea, presidente da Dentsu Brasil e da Abap, pela iniciativa da homenagem prestada pelas agências a Gilberto Leifert.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda