Considerações
Quando os jornalistas Cícero Silveira, Eloy Simões e Fernando Reis (já falecidos), mais o diretor do PROPMARK, Armando Ferrentini, então no extinto Diário Popular, criaram e estimularam o crescimento do Prêmio Colunistas (no fim dos anos 1960 e toda a década de 1970), não poderiam imaginar que estavam lançando no mercado a mais completa premiação publicitária até hoje vista, desatrelada de interesses comerciais de pessoas jurídicas e realmente um prêmio de estímulo à melhoria da qualidade da nossa propaganda.
Vitorioso, tendo em vista principalmente o fato de os profissionais acima sugerirem uma espécie de pool, pois cada qual desempenhava a sua missão profissional em veículos diferentes, aumentando com isso o interesse de participação de agências, anunciantes, produtoras e toda sorte de players do mercado.
Pode-se mesmo afirmar que o Colunistas já nasceu grande, logo estabelecendo pontes com outras regiões do país, com destaque para Jomar Pereira da Silva, que na época assinava uma coluna sobre propaganda na Última Hora carioca, transferindo-se mais tarde para o jornal O Globo.
A vinda de outros colunistas publicitários ao grupo provocou a criação de várias regionais, que estão aí até hoje, escolhendo através de jurados capacitados os melhores de cada um dos melhores mercados brasileiros, economicamente falando.
Naquele momento, sob a égide da Abracomp – Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda –, entidade criada por esses idealistas para atrelar as regionais da premiação a uma pessoa jurídica única, encorpando com isso a ideia inicial dos pioneiros.
Este ano, a premiação em todas as suas regionais sofreu um grande atraso para se lançarem no mercado, devido à Covid-19, responsável por um estrago econômico em praticamente todos os setores de atividades em nosso país, sem falar nas milhares de vítimas fatais por ele causadas, além das outras milhares que conseguiram sobreviver, mas afastando-se temporariamente do trabalho.
De dois meses para cá, o Colunistas revitalizou-se, acompanhando a ainda frágil recuperação do mercado. De qualquer forma, estamos recebendo em todo o país, através das respectivas regionais, inscrições de trabalhos que, apesar de todas as dificuldades e muitas impossibilidades impostas a essa tradicional premiação da propaganda brasileira em geral, com alguns júris já sendo marcados para a escolha democrática dos melhores trabalhos de um setor que, como praticamente todos os demais, muito sofreu com essa terrível pandemia.
Além dos trabalhos em si, como se sabe, os júris escolhem também os melhores dirigentes e profissionais do setor, valorizando assim um mercado que nem sempre foi tão prestigiado como nestes últimos tempos, graças inclusive à existência do Prêmio Colunistas, que valoriza a importância e a qualidade da nossa propaganda, levando-a inclusive a vencer em importantíssimas premiações no exterior, sendo delas a mais destacada, sem dúvida, o Festival de Cannes (Cannes Lions), onde muito aprendemos e hoje nos atrevemos a ensinar.
Com esperanças redobradas e torcendo como nunca para que a vacina anticoronavírus surja urgente, venha de onde vier, o mercado publicitário brasileiro vai reabrindo suas portas, voltando já em boa parte a deixar o home office, que reduz sem dúvida a contaminação dentre as equipes de trabalho que se formam em grupos dentro das agências e nos departamentos de publicidade dos grandes anunciantes. Mas, por outro lado, apesar dos modernos recursos de comunicação, reduz sensivelmente a troca de ideias em um setor onde em um segundo pode surgir aquela que vai dominar o segmento a que se destina.
É bem provável que a tão esperada volta à normalidade, sem mais a ameaça do retorno do corona em uma segunda escalada entre nós (passe um anjo e diga amém), deixe de lado ideias que seriam consideradas inadequadas em “tempos de paz”, mas que funcionaram e vêm funcionando muito bem, ainda nestes tempos mesmo que reduzidos do coronavírus entre nós, brasileiros.
Assim é que a nossa matéria de capa desta edição, assinada pela editora-assistente Jéssica Oliveira, fala dos avatares trazendo humanização e modernidade para as marcas. Como saída criativa, grandes empresas como Casas Bahia, Magalu e Natura têm atrelado suas estratégias de comunicação à imagem dos personagens, o que não é nada novo para criar empatia entre as marcas e o público. Qualquer consumidor é capaz de listar vários deles em poucos minutos.
Mas, a evolução tecnológica, somada a novos hábitos de consumir conteúdo, formatos e linguagens, está incrementando um terreno fértil a ser desbravado por marcas no ambiente digital: os avatares.
Repare o leitor como tem crescido esse recurso de comunicação do setor publicitário, provocando o sempre difícil diferente.
Importante especial desta edição, assinado pela jornalista Neusa Spaulucci, aborda o crescimento do agronegócio, com um entrave porém que tem prejudicado o setor: o problema ambiental. O país parece não raro estar em chamas, com queimadas e desmatamentos que atingem especificamente esse setor que, ao contrário de outros segmentos da economia, superou as expectativas e conseguiu abastecer o mercado interno e o externo durante a pandemia, no seu momento mais crucial.
Nesta edição, o PROPMARK mostra os desafios e avanços do agro, que está crescendo 2,5% neste ano.
Imperdível também a matéria com Américo Martins, VP de conteúdo da CNN Brasil, comentando sobre os resultados de pesquisas realizadas pela Kantar Ibope Media Brasil e o Real Time Big Data, que apontaram a CNN como o canal de notícias mais imparcial e independente do Brasil.
Finalizando esta página, tem sido uma surpresa a audiência nas tevês dos jogos de futebol que se desenrolam em diversos estádios, sem a presença de público devido ao coronavírus.
O que para muitos seria um fracasso, ou no mínimo desinteressante, está provocando um aumento de audiência, principalmente nos grandes jogos. Como dizia a avó de um amigo nosso, tem de experimentar para ver.