Conspiração e BBC investem na não ficção

 

Especializado em documentários, o diretor Paschoal Samora, recém-chegado na Conspiração, está à frente de mais um projeto, que tem como foco a não ficção. O  profissional é diretor da série “Mundo sem mulheres”, que estreou no dia 31 de março no “Fantástico”, da Rede Globo, e no dia 3 de abril no canal de TV por assinatura GNT.

O programa, coproduzido pela Conspiração em parceria com a BBC, tem como proposta mostrar homens cuidando da casa e da família por uma semana, sem a presença de suas companheiras. A série, apresentada por Alexandre Borges, retirou 11 mulheres de suas casas no bairro de Bangu, no subúrbio carioca. Enquanto elas passam os dias em um spa, os homens assumem todas as tarefas domésticas.

De acordo com o diretor, a ideia é apresentar para o público um documentário observacional, por meio de um contato mais profundo com aquela comunidade, propondo mais do que uma troca de papéis, mas uma mudança de comportamento. Ele explicou que, durante cinco meses, foram pesquisadas várias localidades, até que o bairro de Bangu fosse escolhido. “A diversidade daquele universo, os vários perfis de pessoas e de relacionamentos fizeram com que se destacassem como personagens”.

Segundo Samora, esse programa marca uma importante parceria que envolve uma produção independente e as TVs abertas e fechadas. De acordo com ele, ainda é cedo para dizer se haverá uma segunda temporada ou outros desdobramentos. Inicialmente, serão oito episódios de 15 minutos, no “Fantástico”, e 12 de 45 minutos, no GNT.

Vale lembrar que, na Conspiração, Samora atua na direção de projetos para os núcleos de publicidade e de TV, com foco em filmes e novos formatos de não ficção. É especialista na linguagem que explora os limites entre os gêneros documental e ficcional, na busca de novas narrativas e na criação de formatos híbridos, entre realidade e dramaturgia. Segundo ele, este é um segmento que vem crescendo muito. “Cada vez mais, os anunciantes têm percebido a necessidade de flertar com o conteúdo e com personagens reais, buscando uma relação mais direta com o consumidor”.

Entre seus principais projetos estão a trilogia “Ao sul da paisagem” (2001), “Diário de Naná” (2006) e “A chave da casa” (2009) e também “Gretchen Filme Estrada” (2011), exibidos e premiados em festivais do gênero como IDFA, na Holanda, e Lussas, na França, entre outros.