Consumidor acredita na melhora da situação econômica
Para entender o comportamento de compra e as condições de crédito do consumidor brasileiro, a Cetelem promoveu estudo em parceria com a Ipsos-Public Affairs, que foi apresentado em um seminário no auditório da Infoglobo, no Rio de Janeiro. O 2º Painel de Tendências mostrou dados da pesquisa O Observador, que já está em sua quarta edição no Brasil.
De acordo com a pesquisa, baseada em 1.500 entrevistas domiciliares em 70 cidades, a crise econômica global ocasionou a redução da arrecadação do governo e a queda no nível de emprego, entre outros índices negativos, mas, apesar disso, o comércio varejista continua apresentando resultados positivos de crescimento.
As compras com valores menores, principalmente em supermercados, passaram a ser o foco das famílias brasileiras. “Mesmo com a inadimplência aumentando, a propensão do consumidor a gastar continua”, disse o estudo. As despesas com supermercados também continuam sendo as maiores, assim como há quatro anos. Repetindo o perfil apresentado em 2006, o brasileiro ainda é bastante otimista. Na época do primeiro estudo, que também é realizado em outros 13 países, o Brasil despontou como o mais otimista, seguido por França e Espanha.
No atual estudo, tanto no quesito situação financeira, quanto no que diz respeito ao padrão de vida, o brasileiro tende a acreditar em um futuro melhor: 49% acham que o padrão de vida vai melhorar; 48% acreditam que a situação financeira irá melhorar; 46% acham que a capacidade de fazer compras para seu domicílio aumentou; e 43% acreditam que a capacidade para realizar grandes investimentos melhorou.
O estudo também avaliou a mobilidade social do brasileiro. Em 2008, a pirâmide social manteve-se estável e a classe C consolidou-se como principal grupo do País, com 84.621.066 pessoas; seguida por D/E com 75.822.249, e A/B com 29.377.015.
A pesquisa O Observador procurou entender o comportamento do consumidor brasileiro no período de janeiro a dezembro de 2008. Em março de 2009, parte do estudo foi repetido para ver como o brasileiro estava reagindo em relação à crise. No momento da coleta de dados da quarta onda do estudo, as notícias sobre a crise estavam no auge, mas o Brasil ainda não sentia fortemente os efeitos da retração econômica.
A percepção da crise realmente só chegou ao brasileiro no começo deste ano. O Observador começou a ser realizado na França, em 1989, pela Cetelem. Hoje ele é feito nos 14 países onde o instituto atua. No Brasil, ele está em sua quarta edição.
por Teresa Levin