Consumidor mostra resistência à publicidade mobile

Consumidores não desejam publicidade em seus telefones celulares. Essa é uma das conclusões de “Percepções Digitais dos Consumidores e do Setor”, estudo realizado pela Worldwide Partners e divulgada no Brasil pela The Group, agência pertencente ao grupo.
Dos pesquisados, somente 14% disseram que gostam de receber publicidade pelo celular. “Hoje o digital vai deixar a gente mais seletivo, não vou ser mais bombardeado”, diz Fernando Guntovitch, presidente da The Group.

As mensagens de texto e o Facebook são as ferramentas mais procuradas no meio digital: 81% dos pesquisados possuem uma conta no Facebook e 62% enviam SMS. Já o Twitter aparece com 44% de adesão dos entrevistados. “O Twitter será uma moda passageira, como foi o Second Life”, comenta Guntovitch.

O YouTube e outros sites de vídeo comandam uma audiência com 94% de seguidores. Dentre os pesquisados, 49% acessam um vídeo uma vez por semana ou mais e 38% somente de vez em quando, geralmente seguindo um link de um amigo.

A migração da TV para o celular é uma forte tendência apontada na pesquisa: 40% dos consumidores pesquisados assistem a filmes e TV online.

A televisão baseada na internet cresceu em popularidade no último ano e, segundo a pesquisa, continuará a crescer. “O modelo [de publicidade] vai mudar. Até então, a gente produzia um comercial, comprava um horário e botava lá. Agora, a ideia é envolver o consumidor, dar uma coisa a mais para ele”, comentou Guntovitch. Porém, o brand content também tem que ter uma função relevante para o consumidor. “Não adianta também só criar por criar. Tem que ter finalidade”, completa o executivo.

Um exemplo disso seria A Small World, rede social in na qual só pode participar quem for convidado por outro membro e que reúne os melhores e mais luxuosos lugares.

INFORMAÇÃO
A internet também é a mídia mais utilizada pelos pesquisados para obter informação: 93% dos consumidores acessam as notícias online, sendo que 80% acessam diariamente. E 50% dos pesquisados contam com a internet como seu principal recurso para notícias em comparação com a televisão, jornal e revista.

E com novas mídias surgindo no mercado, como o iPad e Kindle, a comunicação será cada vez mais interativa. “Haverá formas mais variadas [plataformas diferentes] e o conteúdo será todo integrado”, afirma Raphael Costa Neves, diretor do conselho da Worldwide Partners para a América Latina e diretor de planejamento da The Group.

VAREJO

Pesquisar produtos e preços ainda é mais comum no ambiente virtual do que efetuar a compra em si. Segundo aponta o estudo, 97% dos consumidores acessam a internet para pesquisar produtos e serviços e 46% usam exclusivamente buscadores. No entanto, 36% usam conjuntamente buscadores, opiniões de outros consumidores e pesquisa em anunciantes varejistas para tomar uma decisão de compra. Comprar música digital, porém, é um hábito de 56% dos pesquisados. “O que vai ficar no mundo real é o verdadeiro. As pessoas ainda estão aprendendo. O consumidor tem uma enxurrada de informação offline e uma enxurrada de informação online. O desafio é encantar o consumidor, ter algo a mais”, afirma Guntovitch.
A pesquisa foi realizada em outubro do ano passado com 90 diretores das agências da rede – Estados Unidos, Itália, Suíça, França, Sérvia, Jamaica, Coreia do Sul, Holanda, Finlândia, Trinidad e Tobago, Canadá, Escócia, China, Filipinas, Lituânia, Tailândia e Suécia – e consumidores de 17 países – Estados Unidos, Brasil, Bulgária, China, Costa Rica, Alemanha, Jamaica, Japão, Lituânia, Malásia, Holanda, Polônia, Sérvia, Suécia, Suíça, Trinidad e Tobago e Reino Unido. O objetivo é compreender melhor os estilos de vida digitais em todo o mundo. Dentre os participantes, 66% têm idade inferior a 44 anos, sendo 53% mulheres e 47% homens.

por Maria Fernanda Malozzi