Consumo terá forte desaceleração no 1º trimestre, prevê FIA

O índice de consumidores que pretendem comprar algum bem durável no primeiro trimestre de 2012 caiu 11,2% se comparado com o mesmo período do ano passado. Entre os meses de janeiro e março de 2011, 71,8% dos consumidores pretendiam adquirir algum bem durável. Neste ano, o valor caiu para 60,6% no mesmo período. A intenção de compra é a mais baixa desde o primeiro trimestre de 2008, quando o índice ficou em 56,6%.

Os dados fazem parte da “Pesquisa Trimestral Intenção de Compra no Varejo”, realizada pelo Provar (Programa de Admistração do Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração). O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 30 de dezembro, com uma amostra de 500 entrevistados na cidade de São Paulo.

Quase todas as linhas pesquisadas apresentaram redução. Entre as categorias com “queda significativa” na intenção de compra e gastos médios para o primeiro trimestre estão “Eletroeletrônicos”, “Informática”, “Linha Branca” e “Automóveis e Motos”. Entre as que devem ter crescimento, estão “Material de Construção”, “Móveis” e “Telefonia e Celulares”. “De fato, há uma desaceleração significativa no crescimento das vendas”, afirma o economista Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Provar.

Para ele, entre os principais fatores para a desaceleração do consumo, estão alta da inflação e maior endividamento do consumidor, combinados com a falta de confiança na economia global. “Os prazos longos oferecidos pelas casas de financiamento estimularam o endividamento que, combinados com o ambiente de instabilidade no mercado externo, resultam em menor crescimento para 2012”, avalia.

A pesquisa também mostra a elevação da inadimplência e queda na sobra de salários. Segundo o levantamento, 18,2% da renda familiar está comprometida com crediários. Esse valor era de 15,5% no primeiro trimestre do ano passado. O número de consumidores com pagamentos atrasados superiores a 90 dias também deve crescer em 2%, e o primeiro trimestre deve fechar com inadimplência de 8%.

por Keila Guimarães