Com a final da Copa do Mundo no domingo (13), muito tem se falado sobre o legado deixado pelo evento. Para a Africa, por exemplo, que trabalhou com quatro dos grandes anunciantes do campeonato – Itaú, Brahma, Budweiser e Vivo – o saldo foi bastante positivo.
Segundo o copresidente da agência, Márcio Santoro, os resultados obtidos com o evento foram acima do esperado para as marcas. “Antes de começar, todos estavam esperando um desfecho negativo, mas o que se viu foi um evento organizado, com grande participação da população. Com isso, os anunciantes que apoiaram a Copa saíram fortalecidos e com maior engajamento por parte do seu consumidor”.
Ele acredita que a população conseguiu separar bem o que era política, seleção brasileira e o evento em si. “A Copa venceu o mau humor da questão política”, analisou, citando “planejamento” como a palavra-chave para o Mundial. “Temos colocado grandes campanhas no ar desde 2012. Sempre acreditamos no evento”. Entre os principais trabalhos para a Copa, ele citou a criação da campanha “Mostra tua força, Brasil”, para o Itaú, que já tem mais de 17 milhões de visualizações só no YouTube.
Santoro acredita que, mesmo com a derrota do Brasil por um resultado que ninguém esperava, o país ainda tem muito a comemorar, já que realizou um grande evento. “Claro que, inicialmente, as marcas, assim como o torcedor, se assustaram e resolveram se calar, mas o apoio à seleção continua”. Ele lembrou que o Itaú lançou campanha, na última sexta-feira (11), falando do assunto e agradecendo à população pela Copa do Mundo.
O diretor de operações e produção no Banco de Eventos, Márcio Esher, concorda que o planejamento foi o que determinou o sucesso desse Mundial. “Temos trabalhado muito, desde 2010, para chegar no volume de ações que fizemos, sempre focados nos principais patrocinadores, que já eram clientes da agência”. Entre as principais ações está o lançamento do Hotel Budweiser, no Rio de Janeiro, e a criação e execução do Brahma Deck, espaço localizado em frente ao Maracanã, que promoveu festas nos dias de jogos no local.
De acordo com Esher, o Mundial foi bastante importante, principalmente por ter conseguido colocar em prática tudo o que foi pensado. “Assim como todo o mercado, também estávamos bastante apreensivos com a reação da população, possíveis manifestações, mas nada aconteceu e nenhum plano B precisou ser colocado em prática”. O executivo disse que, dentro do escopo que já estava no planejamento, a expectativa é de crescimento de 20%.
Para Cleber Paradela, sócio e diretor de planejamento da Agência Tudo, a expectativa foi muito grande para o evento, todo o mercado investiu muito. Mas, segundo ele, a agência teve uma visão mais cética, já que sabia que só os patrocinadores oficiais conseguiriam destaque, uma vez que a Fifa impunha regras e restrições. O principal legado da Copa do Mundo, em sua opinião, também foi o planejamento. “Tivemos que aprender a nos programar, já que esse mercado é bastante imediatista mas, no final, o saldo foi bastante positivo”.
Entre as ações da Tudo, ele citou a “Batucada de coração”, em parceria com a Africa. A iniciativa captou a batida dos corações de milhares de torcedores de diferentes cidades do país por meio de bolas laranjas equipadas com sensores nas laterais. No final, toda a vibração captada foi armazenada em uma única bola e entregue ao zagueiro David Luiz, na véspera do Mundial.