O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, entrou com uma representação, na última segunda-feira (20), no Procon de São Paulo, contra a campanha e promoção “Zoobremesas”, da Dr. Oetker. O instituto acusa a empresa de ferir o artigo 37 do Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, que prevê que a publicidade não pode se aproveitar da deficiência de julgamento e experiência da criança, sob pena de ser considerada abusiva e, portanto, ilegal.
Entre os argumentos presentes na representação, está o de que a Dr. Oetker estaria incitando as crianças a comprarem os produtos presentes na campanha ao oferecer cinco tipos da chamada “mochila animal!” como contrapatida, mediante o pagamento de mais R$ 7,99. Para o Projeto Criança e Consumo, a empresa está cometendo um abuso ao adotar “estratégia de comunicação mercadológica dirigida a crianças, estimular o consumo excessivo de alimentos pouco nutritivos e fazer publicidade clandestina em sites de relacionamento, como o Orkut”.
“As crianças passam a consumir os produtos da Dr. Oetker não por necessidade ou qualidade dos alimentos, mas porque querem os objetos ofertados pela promoção. Isso tem sido recorrente nas estratégias de marketing das indústrias que fabricam produtos direcionados ao público infantil”, afirma Isabella Henriques, coordenadora geral do Projeto Criança e Consumo e responsável pela denúncia.
Procurada, a assessoria de imprensa da Dr. Oetker afirmou que até o momento a empresa não recebeu notificação alguma do Procon quanto ao assunto.
Dados da promoção
Para completar a coleção das cinco mochilas de pelúcia – nas formas de hipopótamo, tamanduá, macaco, jacaré e cobra –, é preciso comprar 25 produtos da empresa (cinco para cada). A promoção, que teve início em 16 de setembro e vai até o dia 22 de novembro, tem sido amplamente divulgada nos intervalos comerciais televisivos, inclusive durante programação infantil.
O objetivo do Projeto Criança e Consumo é impedir a continuidade da ação, e punir a empresa da maneira devida.