Criatividade sempre funciona
Bastante interessante o experimento feito por um artista alemão chamado Simon Weckert pelas ruas de Berlim. Conforme noticiou o portal G1 do Grupo Globo, puxando um carrinho com 99 celulares conectados ao Google Maps, ele caminhou por ruas desertas que passaram a ser mostradas no aplicativo como se estivessem congestionadas. Tudo foi filmado e pode ser visto na internet.
Quem realmente fizesse uso do Google Maps para se locomover naquele momento por aquelas ruas, seria direcionado a caminhos alternativos para fugir do congestionamento que na realidade era de celulares e não de veículos.
O objetivo – alcançado – do artista foi evidenciar que os algoritmos podem muitas vezes interpretar incorretamente os fatos e nos levar a atitudes desnecessárias ou até mesmo erradas.
Trazendo para o mundo dos negócios e mais especificamente para o mercado da comunicação, muito tem se focado em análise de dados e criação de algoritmos para campanhas publicitárias. Não é de hoje o movimento de agências de publicidade contratando profissionais de TI e de empresas de consultorias contratando publicitários para prestarem serviços de publicidade, já que são de há muito tempo acostumadas a lidar com dados e números de seus clientes.
A mola mestra dessa troca de cadeiras ocorrida nos últimos anos foi a ideia que tomou conta de todos, de que essa nova era dos algoritmos garante a tão desejada eficácia das campanhas de marketing.
A maluca ideia de Simon Weckert mostrou que não é bem assim. Como vimos, os algoritmos têm suas limitações e, portanto, não são a solução definitiva que muitos acreditavam para uma campanha atingir o público desejado. Mais do que isso, é preciso lembrar que no auge do surgimento dos algoritmos como ferramenta de marketing houve quem profetizou que a inteligência artificial acabaria com a atividade publicitária como a conhecemos.
Nada como o tempo para nos mostrar que nem tudo que parece ser é.
Hoje, assim como o coronavírus não é a pandemia que se acreditou há algumas semanas, estando restrito ao território chinês, conforme declaração da Organização Mundial da Saúde dada a jornalistas na última semana, temos visto que nem só de algoritmos e big data o marketing está vivendo.
Grandes anunciantes, que acabam puxando os demais, formando um círculo, neste caso, virtuoso e não vicioso, estão em busca de ações de marketing com mais atenção à criatividade.
O brilho criativo emulado em bons textos, em imagens e vídeos publicitários voltou a ser a preocupação número um dos anunciantes em suas iniciativas de marketing.
Esse é o DNA da atividade publicitária que tem no talento criativo seu diferencial para se manter relevante no mundo atual. Não que o conhecimento de dados e o bom uso deles por meio da tecnologia sejam habilidades menos importantes. Os algoritmos vieram para ficar, mas felizmente o senso comum vem entendendo que isso não é suficiente, além de muitas vezes os robôs estarem equivocados como vimos acima.
Oxalá mais e mais anunciantes reconheçam, passado o turbilhão tecnológico dos últimos anos, que não podem abandonar suas agências de publicidade porque elas continuam cruciais não só para alavancar suas vendas, mas também e principalmente para valorizar e diferenciar suas marcas.
E que daqui em diante, mais e mais agências de publicidade enxerguem este movimento pendular que vem ocorrendo em muitos anunciantes e consigam vender seu diferencial criativo. Sem, é claro, se descuidarem de terem em seus quadros bons profissionais de tecnologia que saibam lidar com esse mundaréu de dados, para que as peças de uma campanha publicitária se utilizem dos canais de mídia mais adequados aos objetivos e ao público que o cliente desejar atingir.
Esta edição traz reportagem de capa com os vencedores do Prêmio Colunistas São Paulo 2019, promovido pelo PROPMARK. A AlmapBBDO foi eleita pela 6ª vez consecutiva a Agência do Ano. Outros destaques da premiação, que se mantém entre as mais relevantes do mercado de comunicação, foram os Grandes Prêmios concedidos pelo júri, formado por jornalistas e publicitários.
Os jurados reconheceram os melhores trabalhos criativos de marcas como Volkswagen, Fiat, Nissin e Uber, e também elegeram o Profissional do Ano (Rafael Urenha, da DPZ&T); o Publicitário do Ano (Antonio Fadiga, da Artplan); além do Anunciante (Renault); Empresa de Mídia Exterior (Eletromidia), Empresa de Live Marketing (BFerraz) e o Veículo Impresso do Ano para a Folha de S. Paulo, que noticiou a conquista.
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Folha é escolhida veículo impresso do ano pelo PROPMARK
A Folha venceu o Grande Prêmio de Veículo Impresso do Ano da premiação Colunistas São Paulo 2019, promovida pelo jornal PROPMARK.
A escolha foi feita por um júri composto por nove jornalistas, cartunistas e publicitários que se reuniram no último sábado (8) para avaliar também os melhores trabalhos publicitários do ano passado.
“A Folha de S.Paulo foi o veículo do ano porque apresentou um expressivo crescimento de assinaturas e, além disso, tem tido uma postura combativa”, afirma Kelly Dores, editora-chefe do PROPMARK e uma das juradas.
O prêmio existe desde 1968. Na atual edição, teve ainda categorias como melhor agência publicitária, melhor publicitário e anunciante
do ano.
O PROPMARK não circulará no próximo dia 24, na semana de Carnaval, e voltará em 2 de março com uma edição especial, trazendo um levantamento inédito feito em parceria com o More Grls sobre como está a presença (ou não) de lideranças femininas nas diferentes áreas das agências brasileiras.
Tiago Ferrentini é diretor executivo do PROPMARK (tamf@editorareferencia.com.br)