Crise de 2016 ensina mercado a trabalhar ainda mais pesado
Se existe uma unanimidade quando se fala de crise é que o momento difícil quase sempre traz oportunidades. Já que em 2016 todo mundo falou dos problemas, o PROPMARK foi saber o que os executivos do mercado aprenderam com as horas complicadas que passaram nos últimos 12 meses. O trabalho sério, criativo e com a colaboração de todos parece que foi o legado deste ano para muitos.
Henrique Campos, sócio e produtor executivo da Great, confia no trabalho para sair do fundo do poço. “Por pior que o mercado esteja sempre haverá trabalho para quem deixa o ego de lado e se adapta às realidades.
“Com a motivação certa, o Brasil pode, sim, funcionar”, fala David Besller, produtor associado da Supersonica. Roberto Grosman, sócio e co-CEO da F.biz, conta que separar o joio do trigo é essencial. “Enxergar oportunidade onde todos só veem crise”, cita como maior aprendizado do ano.
Roberto Grosman, sócio e co-CEO da F.biz
Para João Ciaco, head of brand marketing communication Latam da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), o posicionamento que se deve assumir durante a crise ficou claro. “Aprendi que criatividade e transparência ainda são melhor resposta em períodos de crise”, afirma.
Hebert Mota, sócio e produtor executivo da H.A.M.nyc, diz que o maior aprendizado na vida profissional em 2016 também está ligado à resposta aos problemas. “Para ter um negócio consolidado é preciso ter estômago e time. Se não fosse a nossa equipe, não teríamos obtidos os resultados que tivemos”, diz.
Hebert Mota, da H.A.M.nyc
A equipe também foi lembrada pelo sócio e produtor executivo da Prodigo Films, Francesco Civita. “Em época de crise é ainda mais importante amar o que faz e trabalhar com amigos. O outro aprendizado é que há momentos que é melhor boiar do que nadar”, explica.
Abel Reis, CEO do grupo Dentsu Aegis Network, também está alinhado com esta ideia. “Colaboração é o melhor antídoto para os maus momentos”, afirma.
O CEO da Hive, Mitikazu Lisboa, aponta 2016 como uma escola para confirmar o que ele já sabia. “Foi uma confirmação de uma suspeita que eu sempre tive: de boas ideias o mercado está cheio e o que faz a diferença é uma execução impecável”, conta.
O CEO da boo-box/ftpi, Guga Mafra, acredita que precisa de mais distanciamento para poder explicar 2016. “Só daqui há uns dois ou três anos, pelo menos, a gente vai poder olhar para 2016 e realmente entender o que aconteceu. O que deu para fazer foi pôr em prática coisas aprendidas nos anos 80 e 90. Como a ideia de que a crise é um terreno fértil para empreender. Aqui a gente lançou veículos novos, reformulou a nossa ad network, lançou formatos e pacotes novos. Com isso, a gente conseguiu navegar bem por essa tempestade”, conta.
Cautela foi o que aprendeu Mario D´Andrea, presidente e CCO da Dentsu. “Meu maior aprendizado foi nunca confie em previsões econômicas”, diz.
Mario D’Andrea, presidente e CCO da Dentsu
Marcello Penna, VP de atendimento da Y&R, conta que a fase conturbada afetou a todos. “2016 foi um ano que tivemos que lidar com reduções de verbas. Ao mesmo tempo, estamos enfrentando uma crise estrutural no setor, na busca por um novo modelo de negócio. A impressão que dá é que fizemos uma força danada para ficar no mesmo lugar. Mas acho que dentro de alguns anos lembraremos desse de 2016 como um ano importante para ‘refundar’ a nossa indústria. Para mim, tudo isso foi um grande aprendizado e acho que 2017 continuará dessa mesma forma”, fala.
O sócio e presidente da MOODTBWA, Augusto Cruz Neto, afirma que, como disse Churchill, não se pode desperdiçar uma boa crise. “Para nós, foi um ano de fazer mais com menos, de repensar nossa oferta, de aprimorar a eficiência e isso não vai parar por aqui, pois essa crise é muito maior e profunda do que estávamos imaginando. A dinâmica do mercado mudou e só permanecerá vivo quem for eficiente e performar com produtividade, métricas e apresentar resultados para os clientes”, completa.