Crowdfunding movimenta mercado e viabiliza projetos

A famosa “vaquinha”, em que pessoas se reúnem financeiramente para ajudar alguém a realizar um projeto, ganhou a internet e tem unido pessoas de vários cantos do planeta. Desde que o crowdfunding surgiu, o financiamento coletivo de iniciativas tem ajudado centenas de pessoas, empresas e entidades a colocar em prática ideias que precisam de dinheiro para sair do papel.

Em todo o mundo, o mercado de crowdfunding arrecadou US$ 6 bilhões apenas em 2013, e teve um crescimento de 91% em relação a 2012. O Brasil não representa nem 1% desse mercado, porém está recebendo investimentos de várias empresas que querem propagar a ideia no país. A Kickante é uma dessas plataformas de financiamento coletivo que, apenas no primeiro ano, lançou mais de mil campanhas e captou mais de R$ 4 milhões em colaborações.

Como estratégia de ampliar as ações e a atuação da empresa no Brasil, a Kickante acaba de anunciar Tahiana D’Egmont como nova CEO para liderar as operações. Com formação em Publicidade e Propaganda, sua experiência é voltada para internet e empreendedorismo. Com isso, o marketing digital será explorado como uma ferramenta-chave para maior arrecadação de recursos para os projetos.

“Até 2025, o mercado mundial pretende arrecadar de US$ 90 a US$ 95 bilhões. O Brasil ainda está tímido, porque não tem a cultura de pedir dinheiro e fazer doações. Nos EUA, esta prática é comum para realizar projetos”, explica Tahiana.

A CEO, no entanto, acredita que por ser um país grande, com falta de recursos e juros altos, o mercado crescerá muito nos próximos anos. O brasileiro, segundo Tahiana, é muito criativo e tem boas ideias. “Para que o crowdfunding atinja as doações, é preciso ter uma rede de contatos efetiva. E os brasileiros são bem ativos nas redes sociais, o que potencializa nossas ações”, destaca.

O marketing digital é indispensável nesse processo de arrecadação. Por isso, a Kickante disponibiliza alguns planos de mídia para que os usuários impulsionem suas campanhas. “As arrecadações podem ser feitas em nossa plataforma de forma gratuita e retemos 12% caso o projeto alcance o teto estipulado.”

As ONGs e empreendedorismos em geral são apontados pela CEO como os temas com maiores ideias no site. “Todos os dias vemos projetos para produtos que nem imaginávamos que existiam”, revela Tahiana. Os board games, jogos de tabuleiro, por exemplo, têm crescido muito apesar do público específico.

A música também é tema recorrente nos projetos de crowdfunding. A Queremos! é focada na arrecadação de fundos para trazer shows internacionais para o Brasil, mas que estejam fora do mainstream. Pensando na grande audiência jovem da plataforma e dos eventos, a Heineken firmou parceria com a Queremos!. O objetivo é aproximar os consumidores por meio da música em eventos inovadores.

De acordo com Veridiana Carvalho, gerente de marketing da Heineken, os “empolgados”, fãs engajados na plataforma Queremos!, têm o fit com o público de Heineken. “A marca vai fortalecer a plataforma e proporcionar uma experiência diferenciada durante os shows, além de contribuir para uma escalação inédita de artistas nacionais e internacionais durante o ano de 2015.”

Pedro Seiler, fundador e curador musical da Queremos!, comenta que as marcas se beneficiam por receber geração de conteúdo. “É possível associar o produto àquele artista de forma natural, apenas por estar apoiando o show. Isso gera repercussão positiva no pré-show, show e no pós-show”, explica Seiler.