Bisbilhotar a vida alheia na internet é um comportamento comum do brasileiro nas redes sociais, segundo estudo do Ibope Nielsen Online. Entre os primeiros 11 dias do ano, o tema “Big Brother” foi citado por mais de 510 mil mensagens nos sites de relacionamento. Outro estudo realizado pelo Ibope Mídia em setembro passado, o chamado “Many-to-many”, também evidencia essa característica do brasileiro. Dos que acessam o Twitter, 74% preferem seguir amigos e família; e 60% celebridades e artistas. Apenas 18% seguem empresas e produtos que consomem.
Mas o Twitter não lidera as redes sociais mais acessadas pelos brasileiros. O posto continua sendo do Orkut, com 91% dos pesquisados, sendo que para 82% daqueles que acessam as redes, o site foi a primeira delas. Em seguida vem o Facebook (14%), Twitter (13%) e MySpace (2%).
As redes sociais são cada vez mais comuns na vida dos brasileiros. Cerca de 60% dos pesquisados disseram que usam as redes há três anos ou mais e um terço deles fica conectado às redes por, no mínimo, uma hora por dia. E cada participante tem em média 273 amigos. Do total de internautas que não acessam as redes, 34% têm interesse em fazer parte desse meio.
A democracia é presente no universo online. As classes AB e C têm a mesma participação no acesso às redes: 45% cada. As classes DE também já são uma parcela significativa, com 10% de participação no acesso. A rede social também gera conforto aos internautas porque 54% disseram que quando acessam os sites de relacionamento não se sentem solitários. E 69% ficam felizes quando os amigos “curtem” ou fazem comentários sobre o que publicam nas redes.
Os jovens, por sua vez, são mais propícios a substituírem o e-mail por mensagens postadas nas redes. Dos pesquisados, 56% afirmaram que preferem usar as redes para falar com os amigos a usar e-mail ou torpedos. Para os internautas, os principais motivos de acesso às redes são: trocar mensagem com amigos (73%); se divertir (51%); se informar (37%); ver fotos e textos dos amigos (34%); jogar (22%); e por motivos profissionais (16%).
As redes sociais começam a substituir os portais de notícias para 45% dos entrevistados. E para 60% dessas pessoas, os sites de relacionamento fornecem toda a informação que consideram necessária para sua atualização. Além disso, as redes sociais ajudam 25% das pessoas pesquisadas a tomar decisões de compra. Os internautas costumam levar em consideração a recomendação de amigos, de críticas feitas por outros usuários e procuram alternativas competitivas ao produto que desejam comprar.
As marcas que fazem ações em redes sociais também são bem vistas pelos usuários. Os pesquisados informaram que as empresas podem usar a rede para divulgarem seus produtos, assim como para analisarem o comportamento dos consumidores e para se comunicarem com seu público-alvo.
Conexão
Acessar a internet via celular já é realidade para 39% das pessoas das classes AB, assim como para 21% dos consumidores da classe C e para 12% das classes DE. E boa parte desse aumento deve-se às redes sociais. Dos pesquisados, 20% afirmaram que compraram um celular ou mudaram o plano de telefonia para acessar as redes sociais com mais facilidade.
Em relação ao conteúdo publicado via celular, a liderança está para os scraps (66%), depois fotos (62%), notícias (40%) e mapas (14%). Mesmo assim, a casa continua sendo o local no qual os entrevistados mais acessam redes sociais (70%). Em seguida, está lan house (37%), casa de amigos (22%), trabalho (13%), escola ou faculdade (8%). O celular aparece em último lugar, com 5% das respostas.
A pesquisa do Ibope Mídia foi realizada em setembro de 2010 com 8.561 pessoas com mais de 10 anos de idade. Ao todo foram 11 regiões metropolitanas pesquisadas: Campinas, Belo Horizonte, Grande Rio de Janeiro, Grande São Paulo, Distrito Federal, Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Salvador e Curitiba. Essa pesquisa representa 25 milhões de usuários de redes sociais.