Data Day compartilha percepções sobre audiência, leitura de dados e IA

Primeira edição do evento promovido pela Associação Nacional de Jornais ocorreu nesta quarta-feira (18)

Na tarde desta quarta-feira (18), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) promoveu a primeira edição do Data Day, encontro que ocorreu em São Paulo, para debater problemas comuns da indústria jornalística e como dados podem ajudar no dia a dia dos profissionais com soluções.

O primeiro painel da tarde "Audiência e leitura de dados" foi mediado por Camila Marques, editora da Folha de S.Paulo, com participação de Julia Schvartzer, senior customer success manager do Chartbeat (USA) e Gabriela Caesar, analista de dados do Google Trends (SP).

Julia Schvartzer, senior customer success manager do Chartbeat; Camila Marques, editora da Folha de S.Paulo; e Gabriela Caesar, analista de dados do Google Trends (Foto: Alê Oliveira)

No painel, Julia destacou a leitura de dados como importante ferramenta para reter audiência nos veículos de comunicação. Com os dados, o jornalista pode apurar matérias mais precisas, entender tendências e identificar pautas significativas para seus leitores.

Julia contou que uma matéria online tem um tempo médio de 24 horas de vida útil mundialmente, já os vídeos nas mídias sociais duram, em média, 7 dias. Sendo assim, se faz necessário investir em hiperlinks e links relacionados no texto online - para que o leitor continue navegando no site. Segundo a especialista, mais de 80% dos usuários não permanecem nos sites após a leitura de apenas uma matéria.

Já as redes sociais aparecem como aliadas deste tempo de engajamento no site - elas são responsáveis por 23% do tráfego externo para site de notícias e mídia web, metade deste tráfego vem de alcance orgânico.

Gabriela apresentou o Google Trends como uma ferramenta que ajuda os jornalistas a entenderem os interesses dos brasileiros. Para além disso, ela os ajuda a compreender tendências e dar insights para pautas.

O segundo painel, "IA para veículos de comunicação e marcas na era pós GPT", contou com a mediação de Dani Braga, editora-adjunta de digital e audiência da Folha de S.Paulo, e participação de André Chaves, CDO do Future Hacker da Leme Growth.

Na conversa, Chaves enfatizou que "jornalismo de dados não é mais tendência, é sobrevivência". O profissional também afirma que, com a quantidade de informações disponíveis na internet, os veículos estão sendo obrigados a conhecer e utilizar ferramentas de análise de dados para encontrar padrões e produzir reportagens mais precisas e impactantes, além de continuar engajando sua audiência.

"Não dá mais para um veículo de comunicação trabalhar apenas com a intuição", disse Chaves. Para o especialista, a melhor forma de os jornalistas implementarem dados e ferramentas de IA em suas rotinas de trabalho é fazendo testes com essas ferramentas.

Ele destaca cuidados com o uso dos programas, como a dupla checagem de informações, busca do histórico da ferramenta, fazer comparativos e aprimorar o texto com outras informações. "Não acredito que a IA vá substituir o ser humano", finalizou.

O terceiro painel "Tecnologia e redação, inimigos íntimos", continuou a discussão sobre o uso de tecnologia na rotina de trabalho dos jornalistas. A conversa foi mediada por Leonardo Mendes Júnior, diretor de redação do O Estado de S.Paulo, e participação de Eduardo Tessler, jornalista, consultor e sócio-diretor do Mídia Mundo.

Leonardo Mendes Júnior, diretor de redação do O Estado de S.Paulo, e Eduardo Tessler, jornalista, consultor e sócio-diretor do Mídia Mundo (Fotos: Alê Oliveira)

Tassler continou destacando a importância da tecnologia na vida de todas as pessoas - e como isso reflete no trabalho de um profissional de comunicação. "A tecnologia otimiza e dinamiza processos para os jornalistas. Essas ferramentas [de tecnologia] são e serão cada vez mais úteis", concluiu.