Deixar zona de conforto sustenta a cultura de aprendizado na Superunion

Marcelo Bicudo, CEO da Superunion: “Estamos misturando e queremos todo mundo no mesmo andar. Fomos crescendo e customizando. O mundo ideal é olhar um para o outro” (Créditos: Alê Oliveira)

A primeira coisa que um visitante nota ao entrar na Superunion é a biblioteca. Olhando em volta, algumas paredes são quase forradas de itens pendurados e em poucos minutos vê a circulação entre mesas, sugerindo uma troca intensa.

Esse clima de lugar de aprendizado e experimentação não é por acaso. A Superunion é liderada por Marcelo Bicudo, que ajudou a montar o curso de design da USP e deu aula na instituição por dez anos. “Tudo que puder pendurar para ver o trabalho é importante. O colega do lado tem sempre a oportunidade de ajudar. Quanto mais integrados, melhor”, explica.
Parte da biblioteca é de Bicudo e a ideia é depositar o conhecimento. Segundo ele, a grande missão é fazer com que as pessoas aprendam o máximo. “Seja para seguir aqui ou com suas carreiras”, diz ele, que deu aula para alguns funcionários.

Mas não é apenas ele quem ensina ou que somente ensina. Ele afirma aprender todos os dias e profissionais ouvidos reforçam a troca com colegas de diferentes habilidades e perfis.

Sem zona de conforto

Em busca de uma estrutura horizontal, o time não trabalha mais em organograma.

A ideia é construir squads e equipes interdisciplinares. Trabalham juntos diversos profissionais como de atendimento, planejamento, designers, arquitetos, BI, de digital – tendo os líderes entre eles. “Os times são misturados e montados de acordo com a necessidade de cada cliente. Tem de ser rápido”, comenta Bicudo. Há núcleos de projetos com começo, meio e fim, e de processos contínuos de comunicação. “A ideia é ter muita experimentação no escritório”, acrescenta.

Todas as salas de reunião são transparentes. A ideia é que, se os ambientes não estão ocupados – mesmo a sala do CEO – sejam usados para compartilhar informações.

Ao lado da biblioteca há uma sala de protótipos para testar um banner e gôndolas em pontos como resistência e exposição, por exemplo. De acordo com o time de arquitetura, tudo que é feito é bastante integrado com os profissionais de design e produção. “A cultura de trabalhar juntos e ser multidisciplinar ajuda muito. As pessoas são o grande foco. Estamos sempre trabalhando perto e vendo o olhar no outro nos projetos”, comentam profissionais.

Colaboradores do atendimento também avaliam que as pessoas estão sempre aprendendo. “Somos sempre tirados da zona de conforto. Pelo fato de o Marcelo ser professor, ele tem essa veia muito forte de ensinar. Estamos sempre em contato com clientes novos, ideias novas e todas as áreas”, afirma uma profissional.

Crescimento

Com cerca de 60 pessoas entre sede e alocados, a Superunion completa dois anos em janeiro de 2020. Mas sua história remonta a 2004, quando nasceu como Epigram. Em 2014, foi comprada pela Brand Union do WPP, e virou Epigram Brand Union. Em 2018, o WPP fundiu cinco redes: Brand Union, The Partners, Lambie-Nairn, Addison Group e VBAT.

Se posicionando como híbrido de consultoria de marca e agência de branding e estratégia, a Superunion tem atualmente 30 clientes ativos entre processos fixos e projetos, núcleo que aumenta ao longo do ano. Entre os principais cases da casa está o lançamento do Nubank no Brasil.

A sede tem dois andares nos entornos da Avenida Paulista. Antes a parte de negócios e administrativo ficava no andar de cima e a criação na parte de baixo, tendo a estratégia entre os pisos conforme a necessidade. “Estamos misturando e queremos todo mundo no mesmo andar. Fomos crescendo e customizando. O mundo ideal é olhar um para o outro”, diz.

Não há uma regra para horários, mas mesmo com a ajuda do digital, a ideia é que todos estejam juntos no mesmo período. “Para uma cultura interdisciplinar é importante estar junto”, comenta Bicudo. Geralmente os times chegam entre 9h e 10h e, quando necessário, ficam após o horário. “Focamos no trabalho. E há autonomia grande nesse sentido. Não vou dizer que não acontece [virar a noite], porque pode ter picos de projetos, mas evitamos ao máximo”, afirma Bicudo.

Momentos de confraternização e relaxamento também fazem parte do dia a dia. Os aniversários são celebrados uma vez por mês, e datas como Halloween e Natal são comemoradas. Há um café da manhã/reunião mensal para falar sobre assuntos importantes, mercado, projetos ou necessidades internas. “E têm os happy hours. Brincamos que o boteco aqui da esquina é nosso. Tem uma clima de ser todo mundo amigo aqui. É raro.”

Raio-X
Nome da Agência:
Superunion
Ano de Fundação: 2004, como Epigram. Em 2014, comprada pela Brand Union do WPP, virou Epigram Brand Union. Em 2018, WPP fundiu cinco redes e virou Superunion
Principal executivo: Marcelo Bicudo, CEO e fundador
Principais Clientes: Bradesco Seguros, Carrefour, Cielo, Coca-Cola, Deloitte, Electrolux, Giraffas, Google, Heineken, Johnson & Johnson, Mercado Livre, Nubank, UOL, Vans e Telefônica