Dentsu Creative aponta as tendências criativas para 2024
Inteligência artificial, emoções e sensação de pertencimento são os pontos levantados pela agência
A Dentsu Creative apresentou o seu 'Relatório de tendências criativas' para 2024, que visa a equipar marcas, empresas e indivíduos com insights sobre o mercado.
O levantamento ressaltou cinco macrotendências para o ano, cada uma delas com outras subtendências a serem exploradas, e revela as possibilidades como o poder da alegria diante da ansiedade, a potência da narrativa como força para a mudança ou o potencial de uma visão local para conectar comunidades diversas ao redor do mundo.
"Diante deste mundo incerto, nosso relatório se volta para a esperança como uma escolha deliberada, para nos capacitar a assumir o controle e projetar nossos próprios futuros. Por meio da criatividade, munidos dos poderes da tecnologia e da narrativa, temos o potencial de abrir caminho para muitos 'Caminhos menos percorridos' emocionantes, fundamentados em princípios de otimismo e ambição", afirmou Yasuharu Sasaki, diretor criativo global da Dentsu.
Veja abaixo as principais tendências e subtendências apontadas pelo relatório:
A magia na máquina
À medida que a inteligência artificial avança, a tendência é que o setor passe a questionar o papel da tecnologia na humanidade.
AImaginação: com o ChatGPT emergindo, o estudo aponta que o mercado verá não apenas uma imaginação ilimitada, mas também casos de uso mais práticos e escaláveis projetados para aprimorar a experiência do cliente.
Em contato com a humanidade: apesar dos avanços exponenciais na inteligência artificial, a agência acredita que o setor notará o poder duradouro em experiências que conectam tecnologia e humanidade por meio do toque, haptics, voz, gestos e além.
Comércio sem fronteiras: a análise aponta que as tecnologias como realidade aumentada, reconhecimento de imagens e mundos virtuais estão borrando os limites entre o comércio online e offline.
Os memes da produção
Em uma tendência relacionada, a relatório acredita que o setor verá criadores recuperando gêneros e formatos facilmente subestimados como superficiais ou triviais como forças para a mudança.
De construção de mundos para construção de mundos melhores: uma geração criada na construção de mundos e cocriação está levando essas habilidades e expectativas para a vida adulta, com expectativas elevadas de capacitação.
Mude a história, mude o futuro: emissoras e curadores estão adotando a narrativa em detrimento do conteúdo factual para ajudar o público a digerir a complexidade dos tempos, reconhecendo o poder de novas narrativas para desbloquear novas possibilidades.
A vida em formato de meme: assim como parábolas ou desenhos animados antes deles, memes e reels surgiram como uma forma de destilar ideias complexas ou comentários contundentes em formatos pequenos, compartilháveis e infinitamente repetíveis e, com isso, nenhum tópico é muito complexo para se tornar viral.
Aqui estamos agora
Segundo a análise, o mercado vai notar que, em resposta à crise de custo de vida, o engajamento crescerá com conteúdos locais e caseiros.
Empatia em ação: a verdade pessoal é uma nova imperativa, vista na crescente popularidade da mídia local e na crescente importância das populações indígenas na formação de uma indústria de viagens nova e mais equitativa.
Luxo local: o mundo pós-pandemia depende menos de redes internacionais, com um aumento na apreciação de bens e serviços mais próximos de casa, que se baseiam em tradições e iconografias locais.
A teia aconchegante: o desejo de um sentido mais enraizado de lugar no mundo também está sendo reforçado no espaço digital. A ideia da 'teia aconchegante' está substituindo as vastas plataformas sociais como um espaço seguro para conversas online mais íntimas.
Eu, eu mesmo e nós
As mudanças demográficas levarão o setor a reavaliar o relacionamento com as comunidades e coletivos, enquanto o surgimento dos "gêmeos digitais" levanta questões sobre identidade e autonomia.
O "Eu" no coletivo: a cultura ocidental tradicionalmente individualista está se abrindo para uma existência mais coletiva, enquanto, em contraste, culturas tradicionalmente mais coletivas estão explorando uma nova noção de individualidade.
Minhas (inter)gerações: um aumento na convivência intergeracional está levando a uma reavaliação e apreciação da geração mais velha, demonstrada pelo aumento de marcas de moda envolvendo embaixadores maduros e pela popularidade duradoura da tendência #grandmillennial.
Doppelgangers digitais: o crescente avanço da inteligência artificial também nos leva a explorar a natureza de nossa própria identidade, à medida que artistas, gamers e indivíduos com pouco tempo exploram o potencial de duplicatas digitais para agir em seu nome.
Alegria
Ao olharmos para o fim de 2023, a agência acredita que o mercado verá a alegria, a suavidade e o brincar surgindo como proteção contra um mundo caótico e volátil.
Resistência alegre: momentos de surrealismo alegre surgem em resposta a um mundo em caos, enquanto a publicidade redescobre o poder transformador do humor.
Autocuidado como subversão: o surgimento da "vida suave" e "trabalhos preguiçosos" em rejeição à cultura de correria. Uma rebelião silenciosa contra o estilo de vida acelerado e sob pressão está em andamento.
Jogo descomprometido: responsabilidades adultas são inatingíveis ou estão sendo adiadas em favor do jogo, como visto no boom de brinquedos "Kidult", na popularidade de um simples #JantarDeMenina ou em uma nova onda de experiências que mesclam galerias de arte e áreas de recreação infantil.