Destak diz que cumpre Constituição

O jornal Destak, do grupo português Cofina,  informou que apresentou na sexta-feira passada (26), conforme solicitado pelo Ministério Público, documentação demonstrando que obedece estritamente o artigo 222 da Constituição brasileira, que determina que pelo menos 70% do capital das empresas jornalísticas devem pertencer a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. A gestão empresarial e a responsabilidade editorial, segundo o dispositivo constitucional, também têm de ser exercidas por brasileiros.
O questionamento ao Destak pelo Ministério Público foi feito por sugestão da Associação Nacional de Jornais, entidade que congrega os grandes jornais pagos. Conforme documentação enviada à Promotoria da Justiça da Cidadania o empresário André Jordan é brasileiro naturalizado há mais de 50 anos e detém 70,1% do capital da empresa proprietária do jornal Destak. Também ficou demonstrado que, por delegação de Jordan, a gestão empresarial é exercida pelos diretores Cláudio Zorzett e Fábio Santos, ambos brasileiros natos, e que este último é o responsável pelo conteúdo editorial do jornal.
Quanto à questão elaborada pela ANJ sobre a presença majoritária de estrangeiros no Conselho de Administração da empresa proprietária do jornal, a lei brasileira que rege as sociedades anônimas não impõe nenhuma limitação quanto à nacionalidade dos conselheiros, que têm por missão debater e estabelecer os objetivos estratégicos da empresa e acompanhar sua implementação pelos diretores responsáveis pela administração. Na opinião do diretor editorial Fábio Santos, o Destak só chamou a atenção da ANJ e a iniciativa do Ministério Público só virou notícia na Folha de S.Paulo porque o jornal já é um projeto de sucesso, o que incomoda os grandes veículos já estabelecidos. “Se não estivéssemos indo bem, agradando nossos leitores e atraindo cada vez mais anunciantes, a associação que representa os jornais pagos não iria pedir nenhuma medida ao Ministério Público”, disse Santos.
Para o diretor comercial Cláudio Zorzett, já era esperado algum tipo de reação dos jornais tradicionais frente a uma iniciativa inovadora como o Destak. Mas Zorzett pondera que “os jornais tradicionais deveriam até apoiar o fenômeno dos jornais gratuitos de qualidade como
o nosso, que democratizam o acesso à informação e atraem leitores jovens para o meio
jornal, target que os veículos pagos têm tido crescente dificuldade de atrair “.

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