Dia da Cachaça celebra 500 anos da bebida e inspira desafios

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Nova garrafa de Sagatiba Envelhecida

Atualmente, o Brasil tem quatro mil marcas formalizadas de cachaça. Se contar o mercado informal, esse número sobe para 40 mil. A geração total de receita é de  US$  2 bilhões por ano e o destilado é o quarto mais vendido do mundo. Nesta terça-feira (13), Dia da Cahaça, o país celebra os 500 anos da bebida e os números que impressionam, mas com uma lacuna ainda em vista: a exportação, que hoje representa apenas 1% do volume do que é produzido. 

De acordo com Felipe Jannuzzi, idealizador do Projeto Mapa da Cachaça, que já percorreu inúmeros alambiques por diversas partes do Brasil mapeando a atividade, a exportação depende de alguns fatores. Um deles, sem dúvida, é o reconhecimento da bebida pelo próprio brasileiro.

Para se ter uma ideia, a cachaça só passou a ser reconhecida como algo típico do país e parte da cultura em 2001. Até então, era vista de forma estritamente pejorativa – a pinga, a marvada, coisa de cachaceiro. E ainda hoje não é escolha unânime na hora do preparo da brasileiríssima caipirinha, por exemplo. “Tem caipirinha de saquê, que nem destilado é”, lembra Jannuzzi, que acredita no potencial de desenvolvimento da bebida para os próximos anos.

Consolidação

Diante do potencial da cachaça, algumas marcas conhecidas dos brasileiros foram, nos últimos anos, adquiridas por multinacionais e tidas como apostas para exportação. É o caso, por exemplo, da Sagatiba, que em 2011 foi adquirida pelo italiano Gruppo Campari.

Segundo Marina Santos, diretora de Marketing do Gruppo Campari Brasil, o primeiro passo, no entanto, é consolidar Sagatiba como um autêntico produto brasileiro. Nesse sentido, a marca lançou ontem (12), uma embalagem redesenhada e com mais apelo para a cultura brasileira. A garrafa, antes minimalista e mais parecida com a de uma vodca, ganhou cores e novos nomes: a Sagatiba Pura passa a ser Sagatiba Cristalina e Sagatiba Velha passa a se chamar Sagatiba Envelhecida.

A ideia, de acordo com Marina, é reafirmar o produto, considerado premium desde sua criação há 12 anos, como uma cachaça. A executiva lembra que, ainda hoje, em muitas cartas de drinks do Brasil, a bebida não é classificada nem como cachaça e nem como vodca. “Somos cachaça e a partir de agora vamos trabalhar muito em cima isso”, disse. 

Para comunicar o novo posicionamento a marca passa a investir forte no digital, com ações no Facebook e Instagram coordenadas pela Purple Cow. O ponto de venda e o trabalho próximo dos bartenders também fazem parte da estratégia. Nas gôndolas, a nova Sagatiba, que teve embalagem desenvolvida pela Casa Rex, chega na primeira quinzena de outubro.