Dia das Crianças: pais devem controlar uso da tecnologia

 

As crianças estão envolvidas com a tecnologia o tempo todo. Por terem nascido em um mundo digital, o uso de tablets e smartphones acaba sendo tão natural para elas quanto o de qualquer outro brinquedo. Mas o que está na mão dos adultos é o controle do excesso do uso das tecnologias pelos pequenos.

A Associação Americana de Pediatria recomenda que crianças até dois anos não tenham nenhuma exposição à tecnologia. Dos três aos seis anos, a exposição máxima deveria ser de uma hora diária. Dos seis aos 18 anos, deveriam ser, no máximo, duas horas diárias para as crianças maiores. “A relação da criança com a tecnologia passa a ser perigosa quando se percebe que ela está substituindo as atividades do dia a dia pelo uso do tablet ou do smartphone, diminuindo a empatia com as pessoas e se isolando, por exemplo”, justificou Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Ipq-HC (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas).

Nabuco recomenda que os pais não antecipem as necessidades dos filhos. “Não se deve considerar motivo de glamour o filho já saber usar o computador, por exemplo”, disse. Para o médico, é essencial que os pais acompanhem e controlem o uso, já que a criança ainda não tem discernimento para saber a hora de parar e provavelmente passará dos limites se ninguém der um basta.

Não há dúvida do interesse das crianças pela tecnologia e por isso muitas marcas apostam na categoria. No entanto, elas são unânimes em dizer que o controle pelos pais é essencial para manter a saúde das crianças. O sistema Uno Internacional, por exemplo, usa a tecnologia a favor da criança nas salas de aula. No Brasil, há parceria com mais de 300 escolas, alcançando 140 mil estudantes até o ano que vem. “Era estranho para o aluno o mundo ser digital, mas essa realidade ser proibida na sala de aula”, explicou Vinícius Moisés, gerente de inovação da diretoria de conteúdo da Uno Internacional.

Por meio de uma parceria com a Apple, a empresa disponibiliza todo o conteúdo do professor em um iPad e é ele quem decide o que será dado com ajuda do digital ou não. Os alunos, por sua vez, recebem os iPads só para usar na aula escolhida pelo professor. “O digital não é uma obrigação, é uma oportunidade. O que é melhor no impresso é dado no impresso”, contou Moisés.

A Candide é uma empresa que aposta em brinquedos com muita tecnologia. Os tablets da marca são customizados com os personagens “Monster High”, “Hot Wheels” ou “Ben 10”, sucesso entre a criançada, e já saem de fábrica com o aplicativo de controle dos pais, tornando a navegação mais segura. “A segurança é uma preocupação básica. O produto tem de ser adequado a seu público. Além da preocupação com a qualidade para que não solte nenhuma peça, por exemplo, e as certificações exigidas, também tem o cuidado com a garantia do bem-estar do consumidor”, disse  Bruno Verea, gerente de marketing da Candide. A empresa está sempre acompanhando as novidades da indústria de brinquedos por meio de feiras internacionais do setor e de licenciamento, além de verificar de perto o desenvolvimento da infância. “Há estudos que mostram que o uso da tecnologia é positivo. Claro que na medida. Além disso, é muito importante que os pais acompanhem de perto”, explicou Verea.

A Samsung não tem modelos especificamente para as crianças, mas alguns tablets saem de fábrica com o modo infantil, uma ferramenta projetada pelo fabricante para garantir a interação segura e adequada entre crianças e tecnologia. “Com ele é possível selecionar os aplicativos aos quais as crianças terão acesso e usar a função Gerenciador de Horário, pela qual os pais podem controlar o tempo de uso das crianças”, falou Marcelo Daou, gerente sênior de conteúdos e parcerias da Samsung Brasil. A marca concorda que os pais devem ter o controle sobre o que as crianças podem ou não fazer. “A idade de uso fica a critério dos pais ou adultos responsáveis. Ao ativar o modo, o adulto deve inserir a data de nascimento da criança, desta forma, todo conteúdo será direcionado de acordo com a faixa etária”, explicou Daou.