Faz algum tempo que o presidente Bolsonaro critica as ações de plataformas como Facebook e Twitter contra a disseminação de notícias falsas. A ação mais recente nesse sentido aconteceu na última segunda-feira (15), quando ele citou o Facebook e falou sobre aumentar a tributação das redes sociais no Brasil, como noticiou a Folha de S.Paulo.

“Com todo respeito […] eu sou qualquer um do povo: proibir anexar imagens a título de proteger fake news. O certo é tirar de circulação — não vou fazer isso, porque sou democrata — tirar de circulação Globo, Folha de S.Paulo, Estadão, [O] Antagonista, [que] são fábricas de fake news”, disse o presidente.

Para ele, o povo tem liberdade, se algo passar do limite tem a Justiça para recorrer, mas o Facebook bloquear sua conta é “inacreditável”. “E não há uma reação da própria mídia, ela se cala. Falam tanto da liberdade de expressão para eles em grande parte mentir com matérias. Agora para a população é uma censura que não se admite”, comentou em vídeo.

Bolsonaro critica imprensa e redes sociais (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

Ainda de acordo com o jornal, o presidente disse que o governo federal e o Parlamento precisam criar uma legislação e taxar mais ainda “esse pessoal [redes sociais] que paga muito pouco de imposto para operar dentro do Brasil, tomar medidas para realmente garantir a liberdade de expressão. Na minha página, na página de qualquer um”.

A publicação explica que na sexta (12), Bolsonaro disse que o Facebook estaria impedindo o envio de fotos de notas fiscais de combustíveis pela plataforma. O pedido foi feito para se defender das críticas pela alta nos preços. “O Facebook bloqueou imagens. O futuro está sombrio para o Brasil pessoal. O homem mais poderoso do mundo foi derrubado lá das mídias sociais nos Estados Unidos”, disse.

Procurados pelo PROPMARK, Folha, Estadão, ANJ, Twitter, ainda não se manifestaram. Facebook e IAB disseram que não vão comentar. O jornal O Globo noticiou o fato e reforçou que o ataque direcionado para as grandes empresas de tecnologia que controlam as principais plataformas sociais não é uma novidade entre aliados do presidente. “O núcleo duro da ‘ala ideológica’ é protagonista de uma ofensiva por meio de projetos de lei para impedir a remoção de conteúdos das redes, proibir pedidos de explicações e investigações sobre bloqueios de contas”, diz o texto.

CONFIGURAÇÃO DO GOVERNO
Segundo uma fonte relatou ao PROPMARK, a página oficial no Facebook foi configurada para não receber fotos nos comentários. É possível enviar emoji ou gif, mas não imagens. Esse tipo de configuração é feita por quem administra a página oficial.

Apesar dessa questão não ter a ver com bloqueio da plataforma, essa não é a primeira vez que o presidente tem problemas com redes sociais. Recentemente, em janeiro, o Twitter marcou como “enganosa” uma publicação sobre o tratamento precoce contra a infecção por Covid-19.