Ao longo dos últimos dias, a internet brasileira acompanhou uma briga pelas redes sociais entre a cantora Anitta e o colunista e apresentador Leo Dias.

O jornalista expôs conversas privadas com a artista nas quais ela falava de outros famosos, com informações que viraram matérias para ele. As revelações foram feitas com bases em áudios e prints de WhatsApp, expondo materiais que poderiam ser contestados por terceiros.

Em meio ao contexto, a artista desabafou pelo Instagram e continuou seguindo sua agenda de trabalho e publis para marcas como a Hope em campanha de Dia dos Namorados.

A marca é uma das diversas que trabalham com Anitta. Somente em 2018 foram mais de 10 empresas apostando na cantora, entre elas Itaú, Skol, Cheetos, McDonald’s e Renault. Desde então muitas outras se aproximaram da força avassaladora da artista para divulgar produtos e serviços.

Com a atual polêmica, que envolve a classe artística e outras celebridades fortes na publicidade, será que a imagem da cantora pode ser prejudicada?

Bia Granja, cofundadora do Youpix, avalia que o impacto deve ser momentâneo, em função especialmente do contexto pandemia. “Estamos num momento bem sensível em que marcas estão focadas em construir reputação, imagem e relevância da empresa. Acredito que as marcas estão mais sensibilizadas para pessoas envolvidas em fases polêmicas da vida e isso gera uma retração”, explica.

Recentemente, uma marca cogitou trabalhar com a artista mas decidiu esperar. Porém, na visão de Bia, a retração não tende a ser permanente. “Não quer dizer que daqui a pouco quando existir outra polêmica na rede as marcas não se voltem para trabalhar com a Anitta”, diz.

Opinião semelhante tem Alexandre Bessa, professor de canais digitais da pós-graduação da ESPM. Para ele, o valor da Anitta como artista não deve cair e essa confusão toda, se bem administrada, deve ser resolvida no lançamento de um novo clipe ou qualquer iniciativa artística. “Ela é boa no que faz e o material ainda é muito pequeno para derrubar seu valor como ícone”, diz.

No entanto, nesse momento em que não é possível saber quantos “rounds” haverá nesse embate é preferível adiar um pouco as campanhas até a poeira baixar de vez.

O ideal seria se afastar temporariamente do ambiente instável e combativo. “É o que chamamos de ‘brand safety’, ou seja, os riscos de associação a uma celebridade sempre vão existir, mas nesse momento o risco Anitta aumentou um pouco e não há uma visão de término por enquanto”, diz o professor.

Em contrapartida, para quem já trabalha com a cantora especialistas acreditam que é importante ter um canal aberto com a assessoria de imprensa da artista para saber seus próximos passos.

Na avaliação de Bessa, cancelar campanha é ruim tanto para Anitta quanto para a marca, pois se virar notícia acaba “gerando crise em ambos envolvidos”.