Gabriela Onofre: “Dizemos aqui na unico que o futuro será da calça sem bolso”/Foto: Divulgação

Impulsionada pela pandemia, a unico acaba de se tornar unicórnio após receber nova rodada de investimentos dos fundos SoftBank e General Atlantic, e alcançar valor de mercado de R$ 1,1 bilhão. CMO da IDTech brasileira de soluções de proteção de identidade digital, Gabriela Onofre fala abaixo sobre os serviços da empresa e dos planos de seniorizar a gestão. “A transformação digital foi potencializada pelas consequências da pandemia, que provocou isolamento e um boom no uso de serviços digitais. A identidade digital permitiu que isso pudesse ser feito de modo remoto, simples e seguro”. Para ela, que deixou carreira em multinacionais para assumir a área de marketing da unico, “vivenciar o dia a dia de uma startup de tecnologia é estar onde se cria o futuro”.

Missão
A unico continua com a missão de proteger a identidade das pessoas e simplificar a relação entre pessoas e empresas. Para acelerar nosso crescimento, aumentamos nossos investimentos e esforços para atração de talentos, com o objetivo de seniorizar a gestão; aquisição de novas empresas e desenvolvimento de tecnologia proprietária para a autenticação de identidade.

Histórias
A unico está presente nas grandes varejistas, bancos, fintechs e indústrias do país. Contar as histórias de como protegemos a identidade das pessoas através de nossos produtos nestes grandes clientes é nosso foco. Sem a unico, abrir uma conta em um banco, pedir um crediário, adquirir ou alugar um carro, ser admitido numa empresa e assinar documentos seriam processos cheios
de papelada e burocracia. Com a unico isso é possível com apenas uma selfie.

Campanhas
Fazemos uma série de eventos e campanhas de performance que são lideradas pela house interna. Estamos aumentando o time de branding e planejando novas ações de marca. Hoje, a CTRL365 nos atende em mídia digital; GBR, em PR; e a PUB em gestão de mídias sociais, e temos uma parceria com a Startse para eventos de inovação.

Transformações
Quando cheguei, a empresa se chamava Acesso Digital e contava a história, mas não sua missão e sua aspiração de ser uma grande tech brasileira de identidade digital. Fizemos um sprint de branding onde foram criados a marca, a missão, a visão e os valores. A partir daí estruturamos os canais de comunicação, key messages para stakeholders e clientes, montamos uma estrutura de conteúdo, fortalecemos a comunicação interna e externa, criamos pesquisas e eventos-proprietários, e começamos a contar as histórias de transformação digital de nossos clientes. Cunhamos a categoria IDtech e hoje somos reconhecidos no país como o grande líder deste setor.

Identidade digital
A identidade digital nunca foi tão necessária. Sempre foi preciso garantir a identidade para uma série de acessos a produtos e serviços. Mas isso sempre foi burocrático, cheio de papéis e com muitas barreiras e situações às vezes embaraçosas para as pessoas, que têm de provar sua identidade. Com tecnologias como biometria facial, leitura automática de documentos e detecção de prova de vida, foi possível transformar muitos processos burocráticos em um processo simples. Com apenas uma selfie e o CPF podemos identificar que você é você. A transformação digital que já estava ocorrendo, foi potencializada pelas consequên-
cias da pandemia, que provocou isolamento e um boom no uso de serviços digitais. A identidade digital permitiu que isso pudesse ser feito de modo remoto, simples e seguro. Isso permite que mais e mais pessoas tenham acesso a produtos e serviços a que talvez fossem barradas por não conseguir provar a identidade. É um mercado enorme, de mais de 7 bilhões de dólares mundialmente, que tem previsão de crescer 15% ao ano na próxima década.

Futuro
Cada vez mais teremos novos produtos e serviços utilizando a identidade digital para facilitar e garantir a segurança. Dizemos aqui na unico que o futuro será da calça sem bolso, você será o próprio device, não precisará mais de chaves, celular, dinheiro e precisará apenas da sua face para as transações do dia a dia. Acreditamos também que os dados são das pessoas, que devem deter o controle sobre eles. Nós somos apenas os guardiões, o cofre forte, mas as pessoas decidem quais são e o que querem fazer com eles.

Aprendizado
Vivenciar o dia a dia de uma startup de tecnologia é estar onde se cria o futuro. Outro grande aprendizado é que o melhor jeito de aprender é fazendo. Nós entendemos os problemas dos clientes, prototipamos, vamos para o mercado e aprendemos com o usuário o que é bom e o que não. E errar faz parte do jogo. Isso dá liberdade de criação e de experimentação que acelera a inovação. Além disso, trabalhar constantemente em times multifuncionais, que olham os desafios por sprints, ajuda a trazer olhares e perspectivas diferentes do design de uma ideia ou produto a sua execução.